ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Cidades

Pais de 5 crianças denunciam professora por abusos

Polícia analisa 15 dias de imagens de câmeras de segurança e Escola Mon Petit afastou educadora do trabalho

Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 12/05/2022 15:02
Denúncias são investigadas pela Depca. (Foto: Paulo Francis)
Denúncias são investigadas pela Depca. (Foto: Paulo Francis)

A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) investiga denúncias de abusos físicos e sexuais contra uma professora da Mon Petit, escola de Educação Infantil localizada no Bairro Santa Fé, em Campo Grande. O colégio afastou a educadora.

De acordo com a delegada Fernanda Mendes, titular da Depca, pais de alunos procuraram a delegacia esta semana e ainda é muito cedo para dar detalhes sobre a investigação. Ela afirma que precisa ouvir mais pessoas – possíveis vítimas (através da escuta especial), funcionários, pais, mães, testemunhas. “É um caso muito sensível”, explicou.

A responsável pelo inquérito informou ainda que a delegacia teve acesso às imagens das câmeras de segurança da sala onde a professora dava aula e tem 15 dias de vídeos para analisar.

O Campo Grande News apurou que as situações com as crianças aconteceram entre 2020 e este ano. Contudo, só nesta quarta-feira (11), cinco boletins de ocorrência foram registrados na Depca, um para cada criança que teria sofrido violência dentro da escola.

Em um deles, por exemplo, a mãe de menino de 4 anos relata que certa vez, a criança revelou que a educadora havia pegado no seu “piu piu” e “no bumbum”. A denunciante narrou que desde 2020, vinha “tendo problemas com a professora”, que o filho reclamava de ir à escola e que gravou uma conversa com o garoto sobre o suposto abuso. A mulher se comprometeu a entregar o vídeo à polícia.

Outra mãe que foi à delegacia ontem conta que a filha, de 3 anos, disse que a professora batia nela e em uma amiguinha. Relatou ainda que outro colega de sala, da mesma faixa etária, foi testemunha.

Tanto o menino de 4 anos quanto a menina de 3 foram ouvidos ontem pelo setor psicossocial da delegacia, mas quando perguntados sobre a suspeita, se retraíram e não falaram mais nada, conforme registrado nas denúncias.

A reportagem conversou com uma testemunha. Ela relata que o afilhado foi vítima da professora citada, em novembro de 2021, e que a mãe da criança flagrou o momento em que a mulher puxou o cabelo do filho, justamente porque estava olhando a transmissão ao vivo da sala de aula pela câmera de segurança. O caso também será investigado.

O Campo Grande News também soube que a diretora da escola já prestou depoimento. Ela esteve na Depca nesta manhã acompanhada de uma advogada.

O que a escola diz? – Por meio de nota, a Escola Mon Petit informou que ficou sabendo das denúncias de pais contra uma de suas funcionárias na segunda-feira, dia 9 e confirmou que a professor foi afastada das funções. “Em que pese o momento de profunda consternação, em prol da integridade física e mental de seus alunos, bem como objetivando resguardar todos os envolvidos, sem juízo de valores, a escola informa que afastou essa colaboradora em questão de suas atividades curriculares e extracurriculares”, diz o texto.

A direção-geral do colégio acrescenta ainda que trata o caso como prioridade, “seguindo os protocolos legais com transparência, responsabilidade e ética, zelando pela dignidade das pessoas envolvidas, sob o cuidado de não causar constrangimento que desencadeia calúnia e difamação”.

Por fim, a escola informa que não tolera qualquer tipo de abuso contra os alunos e que tomou medidas para garantir a segurança de crianças. “A Mon Petit destaca que nenhum tipo de assédio, abuso ou importunação, de qualquer ordem, é tolerado e destaca que tem trabalhado para manter o ambiente de respeito, civilidade e harmonia que sempre ocorreu na escola, de modo que está colaborando com as autoridades competentes. Em caso de dúvidas, colocamo-nos à disposição para prestar esclarecimentos, presencialmente, na escola.”

Nos siga no Google Notícias