Paraguai acelera obras da Rota Bioceânica com turnos estendidos
Trecho entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo passa por obras de pavimentação nesta semana
As obras de pavimentação da Rota Bioceânica, no trecho entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, no Chaco paraguaio, foram ampliadas com frentes simultâneas e turnos estendidos desde abril, após atrasos provocados por chuvas entre março e maio. A intervenção integra o projeto rodoviário que liga Carmelo Peralta a Pozo Hondo, com o objetivo de melhorar a integração logística entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Conforme boletim publicado nesta segunda-feira (9), o Consórcio TCR, responsável pelo Lote 4, atua em quatro pontos da estrada com serviços de manutenção de vias de acesso, limpeza, remoção de vegetação, retirada e construção de cercas, além da execução de aterros e fundações em mais de 20 quilômetros. O trecho inclui também o acesso ao aeroporto de Pozo Hondo e a construção da pista.
O contrato de cada um dos quatro lotes soma 669 milhões de guaranis (cerca de meio milhão de reais) e é financiado pelo Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata). O consórcio é formado pelas empresas Ingeniería de Topografía y Caminos S.A., Constructora Isacio Vallejos S.A. e Rovella Carranza S.A., com supervisão do Consórcio Chaco.
A obra, segundo apurado pela reportagem 200 empregos diretos, com ao menos 10% da mão de obra formada por moradores da região. Segundo o governo paraguaio, cerca de 41 mil pessoas serão beneficiadas diretamente pelo novo corredor rodoviário. Indiretamente, outras 225 mil, em cidades como Loma Plata, Filadelfia, Neuland, Pozo Colorado, Carmelo Peralta e Villa Hayes, também devem ser impactadas com a melhoria da conectividade e novas oportunidades econômicas.
Com extensão total de 224,8 quilômetros no território paraguaio, a Rota Bioceânica é considerada estratégica para o escoamento da produção agropecuária entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Andamento geral - O Lote 1, sob responsabilidade do Consórcio del Pacífico, atingiu 5,9% de avanço físico até abril. O Lote 2, com o Consórcio Chaqueño del Norte, alcançou 8,4%. Já o Lote 3, comandado pela empresa CDD Construcciones S.A., chegou a 16,6% de progresso.
Além da pavimentação, o governo paraguaio iniciou o processo de aquisição de CSAs (Certificados de Serviços Ambientais), como medida de compensação pelos impactos da obra na vegetação nativa. O investimento nessa política pública é estimado em 26,5 bilhões de guaranis. Quinze empresas e consórcios participam da licitação.
Os CSAs são previstos na Lei de nº 3.001/2016 e garantem remuneração a proprietários de terras que preservam florestas intactas. O contrato de compensação ambiental terá duração de 38 meses, com transferência dos certificados ao Mopc (Ministério de Obras Públicas e Comunicações) em até 36 meses após o registro junto ao Mades (Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável).
O modelo de compensação é apontado como pioneiro no país e segue padrão internacional de sustentabilidade. Segundo o governo paraguaio, a Rota Bioceânica é a primeira obra rodoviária nacional a aplicar a política dos certificados em grande escala.
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