"Piloto" é condenado a 24 anos de prisão por matar mulher em cela
Júri federal terminou após quase quatro dias de sessão e decidiu a pena do traficante

O líder do Comando Vermelho no Paraguai, Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, conhecido como "Marcelo Piloto", foi condenado a 24 anos e 9 meses de prisão em regime fechado nesta sexta-feira (12). Ele era réu pela morte da jovem paraguaia Lidia Meza Burgos, de 18 anos, ocorrida em 17 de novembro de 2018, dentro da cela onde estava preso na Agrupación Especializada, em Assunção, no Paraguai.
RESUMO
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Marcelo Piloto, líder do Comando Vermelho no Paraguai, foi condenado a 24 anos e 9 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Lidia Meza Burgos. O crime ocorreu em novembro de 2018, dentro da cela de Piloto na Agrupación Especializada, em Assunção, Paraguai. O júri decidiu pela condenação por 4 votos a 3. Segundo o Ministério Público Federal, Piloto matou Lidia para evitar sua extradição ao Brasil. A jovem foi atraída para a cela com a promessa de um encontro sexual e esfaqueada 53 vezes. A defesa de Piloto alega que provas importantes não foram incluídas no processo e recorrerá da decisão. O assassinato gerou comoção no Paraguai e resultou na imediata expulsão de Piloto para o Brasil.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o crime foi planejado para evitar a extradição de Piloto ao Brasil, onde ele já tinha condenações. A Agrupación Especializada, onde ocorreu o homicídio, é destinada a presos perigosos e conta com regras rígidas de segurança. Apesar disso, Piloto conseguiu atrair a vítima até o local do crime.
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O julgamento durou quase quatro dias e Piloto participou por videoconferência da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). O placar final do júri foi de 4 a 3 pela condenação. A defesa, representada pela advogada Flávia Fróes, informou que vai recorrer, afirmando que provas coletadas no Paraguai, como material genético e dados do celular da vítima, não foram incluídas no processo e poderiam comprovar a inocência do réu.
Conforme o MPF, a vítima foi atraída para a cela com o pretexto de um encontro sexual e atacada com 53 facadas. Lidia chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O MPF classificou o homicídio como triplamente qualificado: cometido de forma cruel, mediante dissimulação e para assegurar a impunidade de Piloto em crimes praticados no Brasil.
Na denúncia, o órgão detalhou que Piloto arquitetou a emboscada para surpreender a vítima, que era fisicamente incapaz de reagir ao ataque. Ele manteve relações com Lidia antes de atacá-la, aproveitando-se de sua vulnerabilidade.
Piloto esteve preso no Paraguai por 11 meses antes de ser expulso e entregue às autoridades brasileiras em novembro de 2018. Desde então, cumpre pena em presídios federais de segurança máxima. O assassinato chocou a sociedade paraguaia e motivou a expulsão imediata de Piloto, determinada pelo então presidente Mario Abdo Benítez dois dias após o crime.
Entenda o caso - A jovem paraguaia entrou às 12h35 na cela de Piloto, no quartel da Agrupación Especializada. Pela segunda vez ela visitava o bandido carioca, nome forte do Comando Vermelho.
Às 13h50, um dos policiais ouviu gritos de mulher vindos da cela de Marcelo Piloto. Lidia estava caída em uma poça de sangue com vários ferimentos no corpo. Marcelo estava perto do corpo, assim como a pequena faca usada no ataque. Lidia ainda foi socorrida, mas chegou morta ao hospital do bairro Obrero.
O pai de Lidia, Francisco Meza, disse que a filha trabalhava como cuidadora de uma idosa de 90 anos e havia prometido chegar em casa às 15h na data do crime. Ele alegou não saber da ligação da filha com o narcotraficante. No Paraguai, os comentários são de que Lidia era garota de programa e estava na cela de Piloto para um segundo encontro sexual.
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