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Cidades

“Preso na fronteira do MS”: Beatriz Abagge desmente filho, pego com nome falso

Em juízo, homem negou ser Luccas Abagge, mas mãe confirmou prisão do filho em rede social

Anahi Zurutuza | 20/06/2022 19:23
Momento em que homem que a polícia acredita ser Luccas Abagge é levado da 1ª DP para presídio, em Ponta Porã (MS). (Foto: Direto das Ruas)
Momento em que homem que a polícia acredita ser Luccas Abagge é levado da 1ª DP para presídio, em Ponta Porã (MS). (Foto: Direto das Ruas)

Apesar de Luccas Abagge, de 32 anos, tentar manter farsa, se passando por outra pessoa, mesmo após ser descoberto na fronteira de Mato Grosso do Sul, a mãe dele, Beatriz Abagge, confirmou a prisão do filho com documento falso. “Estava foragido e pegaram na fronteira do MS”, afirmou em resposta a uma seguidora, postada no Instagram na noite deste domingo (19).

Pela rede social dela, onde acumula cerca de 6 mil seguidores, a paranaense, que ficou conhecida pelo “Caso Evandro”, tenta combater uma “fake news”. “Ele não estava usando a identidade do menino Evandro Ramos Caetano”, também publicou.

A confusão se deu por causa da “coincidência” entre o nome do garotinho morto e o usado como disfarce por Luccas. Quando abordado por policiais do 4ª Batalhão da Polícia Militar de Ponta Porã, no fim de semana, ele apresentou uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em nome de Evandro Oliveira Ribeiro.

Beatriz Abagge respondeu a seguidora em rede social confirmando a prisão do filho (Foto: Reprodução)
Beatriz Abagge respondeu a seguidora em rede social confirmando a prisão do filho (Foto: Reprodução)
Postagem feita por Beatriz Abagge para desmentir informação falsa (Foto: Reprodução)
Postagem feita por Beatriz Abagge para desmentir informação falsa (Foto: Reprodução)
No post, ela nega que ele estivesse com a identidade do menino Evandro. (Foto: Reprodução)
No post, ela nega que ele estivesse com a identidade do menino Evandro. (Foto: Reprodução)

Levado para a 1ª DP (Delegacia de Polícia) da cidade fronteiriça, o suspeito negou ser Luccas Abagge. Em interrogatório, o homem manteve silêncio, segundo a delegada Analu Lacerda Ferraz, mas recusou-se a assinar a documentação da prisão em flagrante feita em nome de Luccas.

Durante audiência de custódia, na tarde de domingo (19), segundo o juiz plantonista, Adriano da Rosa Bastos, ele se identificou como Evandro, tanto que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva, com base no artigo 313 do Código de Processo Penal, que prevê a segregação por tempo indeterminado quando não há certeza acerca da identidade civil do custodiado. “Há fundadas dúvidas acerca de sua identidade, eis que o conduzido se identificou como Evandro Oliveira Ribeiro nesta audiência de custódia”.

A prova cabal de que Evandro na verdade é Luccas Abagge, como afirma a polícia sul-mato-grossense, será o exame datiloscópico (comparação das digitais). “Coletamos as digitais e vamos enviar para a Polícia Civil do Paraná, para confirmar”, explicou a delegada Analu Lacerda, em entrevista ao Campo Grande News.

Documento apresentado por motorista durante abordagenm; para a polícia, trata-se de falsificação (Foto: Reprodução de processo)
Documento apresentado por motorista durante abordagenm; para a polícia, trata-se de falsificação (Foto: Reprodução de processo)

O flagrante - Conforme descrito pela PM sobre a ocorrência, Luccas conduzia um Chevrolet Celta, com placas de Catalão (Goiás), pela Avenida Tiradentes, na cidade fronteiriça. Vindo de Pedro Juan Caballero, o veículo estava com os faróis apagados.

O motorista parado estava “bem agressivo e nervoso durante a atuação policial”, também informou a equipe, e por isso, chamou mais atenção ainda. Segundo a PM, após “averiguação mais minuciosa”, chegou-se a conclusão de que o documento apresentado pelo condutor era falso e o homem, na verdade, era Luccas Abagge, foragido da Justiça do Paraná por condenações somam um total de 129 anos de prisão – por dois homicídios e outros crimes.

O homem estava com a esposa, que disse desconhecer que o marido era foragido e que acreditava que seu nome fosse mesmo Evandro.

Evandro Ramos Caetano, menino que sumiu e depois foi encontrado morto em Guaratuba (PR) nos anos 90. (Foto: Arquivo de família)
Evandro Ramos Caetano, menino que sumiu e depois foi encontrado morto em Guaratuba (PR) nos anos 90. (Foto: Arquivo de família)

Os Abagges – O sobrenome que Luccas carrega ficou conhecido nacionalmente por causa do chamado “Caso Evandro” – o assassinato do garoto de 6 anos em Guaratuba (PR), em 1992.

Beatriz Abagge, a mãe do homem preso em Mato Grosso do Sul, chegou a ser condenada pela morte do menino, teve perdão judicial, mas pede a revisão do processo à Justiça. Numa série documental, ela relata ter sofrido tortura para confessar o assassinato da criança durante suposto ritual de magia negra e depois disso, recebeu pedidos de perdão do Estado do Paraná.

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