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Cidades

Reorganização de hospitais criará cinturão para desafogar grandes cidades de MS

Projeto-piloto já funciona em Coxim, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Maracaju e Sidrolândia

Por Fernanda Palheta | 15/08/2025 12:10
Reorganização de hospitais criará cinturão para desafogar grandes cidades de MS
Secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, durante apresentação da nova arquitetura de saúde de MS (Foto: Saul Schramm)

Toda a rede hospitalar de Mato Grosso do Sul será reorganizada. A nova arquitetura da saúde, apresentada pelo secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, na manhã desta sexta-feira (15), prevê a criação de um cinturão de hospitais de pequena e média complexidade para desafogar a demanda nos grandes centros como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá.

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O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou uma reorganização completa da rede hospitalar estadual, com a criação de um cinturão de hospitais de pequena e média complexidade em cidades como Coxim, Paranaíba, Naviraí, Maracaju e Aquidauana. O objetivo é desafogar os grandes centros como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. A nova política de financiamento prevê incentivos fixos para manutenção das estruturas e variáveis por produtividade. O diagnóstico atual revelou que 40% dos 4.637 leitos disponíveis nos 103 estabelecimentos de saúde do Estado estão ociosos, evidenciando problemas na distribuição e eficiência dos serviços.

Entre as cidades que farão parte deste cinturão estão Coxim, Paranaíba, Naviraí, Maracaju e Aquidauana. “As microrregiões passam a ter um papel importante com uma política de financiamento para que elas possam exercer o papel que o município tem na região. Muitas vezes, ele já é um município que conta com uma boa estrutura hospitalar, conta com recursos humanos, o que o Estado precisa é incentivar para que eles possam produzir”, disse o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

O programa muda o financiamento da saúde, com um incentivo fixo para que as unidades hospitalares possam manter a estrutura aberta e uma segunda linha de incentivo variável ligado à produtividade, como número de procedimentos assistenciais.

As unidades de cidades pequenas passam a focar na atenção primária, com acompanhamento de doenças crônicas e consultas com clínicos gerais; os hospitais de cidades médias passam a fortalecer a atenção secundária com especialistas, exames e urgência e emergência. A alta complexidade ficará concentrada nos grandes centros, com cirurgias especializadas, cuidados intensivos e transplantes.

A mudança foi proposta para melhorar o fluxo de atendimento e diminuir as filas. Ao analisar os 4.637 leitos, dos 103 estabelecimentos de saúde do Estado, a Pasta identificou que 40% dessas vagas estavam ociosas, ou seja, o paciente que chegava ao hospital não tinha o atendimento necessário.

“São leitos que estão em unidades hospitalares que não resolvem o problema. Então, o paciente entra na ambulância e vem para a Capital, onde o número de leitos é insuficiente”, explicou Simões. O diagnóstico geral foi de uma rede com baixa capacidade de resolução, hospitais ociosos, com alto custo e sobrecarga nas unidades de referência.

A nova arquitetura foi apresentada aos deputados estaduais na Assembleia Legislativa, aos prefeitos na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e aos secretários municipais de saúde. A resolução com a nova política de financiamento será publicada na próxima semana e os municípios poderão aderir aos modelos propostos.

Simões adianta que, um projeto piloto, já está em funcionamento em Coxim, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Maracaju e Sidrolândia, há dois meses.

O plano de regionalização já está em execução, com investimentos de mais de R$ 2,2 bilhões desde 2023 em obras, equipamentos, veículos, capacitação e incentivos aos municípios. Entre os avanços, destacam-se:

• Hospital Regional de Três Lagoas já em operação;

• Hospital Regional de Dourados com início das atividades previsto para 2025;

• PPP do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande, com quase R$ 1 bilhão em investimentos, ampliação de leitos de 362 para 577 leitos.