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Cidades

Saúde garante que SUS tem leitos em 5 cidades para dependentes químicos

Rede pública tem vaga em hospitais e atendimento em Caps; em desespero, famílias buscam internação compulsória

Por Maristela Brunetto | 11/07/2024 15:20
Dependentes químicos no centro da Capital; rede pública tem leitos para desintoxicação e atendimento em Caps (Foto: Arquivo/ Marcos Maluf)
Dependentes químicos no centro da Capital; rede pública tem leitos para desintoxicação e atendimento em Caps (Foto: Arquivo/ Marcos Maluf)

A rede de hospitais públicos em Mato Grosso do Sul oferece vagas para pessoas com dependência química em Campo Grande e unidades do interior, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Reportagem publicada hoje sobre os pedidos de familiares à Justiça para autorizar internação compulsória apontou a existência de apenas 12 leitos no HR (Hospital Regional) para pacientes em desintoxicação de drogas e álcool.

Conforme a pasta, o que chama atenção que há 40 leitos conveniados no Hospital Psiquiátrico de Paranaíba, cidade com apenas 40.957 habitantes, e um a vaga para cada mil pessoas, enquanto que na Capital a proporção é de um leito para 75 dependentes químicos.

Outros 8 leitos estão no Hospital Geral de Aquidauana, 9 leitos no Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e 4 leitos na Fundação Hospitalar de Costa Rica, para pacientes psiquiátricos, não somente dependentes químicos.

Os serviços para tratamento da dependência de álcool e drogas na rede pública envolvem também os serviços ambulatoriais dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), mantidos pelas prefeituras em parceria com a Secretaria Estadual, que incluem médico, psicólogo e outros profissionais de saúde.

Segundo o órgão, há os Caps enquadrados como I e II para situações mais graves de sofrimento psíquico. Os primeiros somam 20, nas seguintes cidades: Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Bela Vista, Bonito, Caarapó, Camapuã, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Sonora.

Já os Caps II são cinco, em Aquidauana, Corumbá, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. O serviço com foco específico em álcool e drogas existe em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Há ainda uma modalidade que admite acolhimento noturno, com disponibilidade de leitos no Caps e atendimento 24 horas, sendo dois em Campo Grande e um em Ponta Porã.

O Governo do Estado é demandado junto com as prefeituras por famílias sem condições de pagar internação para filhos com grau de dependência severa. A reportagem leu uma série de processos em que são relatadas situações de rompimento dos laços com parentes e amigos, risco à vida, jovens dormindo na calçada em cidade do interior, idoso que a família já não conseguia mais manter em casa e garantir sua segurança; usuário com doença crônica que não cumpria a rotina de medicação.

Quando se atinge o extremo, as famílias veem esperança de recuperação com a retirada da pessoa das ruas e colocação no ambiente de internação. Nos processos acessados, a Justiça deferiu a ordem para oferta de tratamento, seja em instituição pública ou com bloqueio de valores para colocação em clínicas particulares.

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