ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Tamanduá com patas queimadas é tratado com couro de tilápia e placenta de cavalo

Tamanduá-bandeira foi resgatado em Corumbá e levado ao Cras, sendo tratado com técnica usada em pacientes humanos

Silvia Frias | 11/10/2020 11:19
Tamanduá-bandeira foi resgatado na Estrada Parque, região de Corumbá, área castigada pelas queimadas (Foto/Divulgação)
Tamanduá-bandeira foi resgatado na Estrada Parque, região de Corumbá, área castigada pelas queimadas (Foto/Divulgação)

Tamanduá-bandeira resgatado no Pantanal com queimaduras nas quatro patas está sendo tratado no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, com membranas biológicas, técnica que utiliza couro de tilápia e placenta de cavalos para reconstituição da pele do animal.

O tamanduá foi encontrado na Estrada Parque, na região de Corumbá, a 419 de Campo grande, sendo levado ao Cras na sexta-feira (9). O atendimento está sendo feito em parceria com empresa Pro Equi, especialista na técnica com membranas biológicas. O procedimento é realizado em MS como projeto piloto, tendo reconhecimento no tratamento de pacientes humanos com queimaduras.

De acordo com o responsável técnico Lucas Cazati, o estado de saúde dele é grave, com queimaduras intensas nas quatro patas e um ferimento no focinho. Em vídeo, ele explica a técnica (veja abaixo).

As biomembranas foram aplicadas nas quatro patas do tamanduá, sendo a pele de tilápia nas patas dianteiras e a placenta do cavalo nas patas traseiras. A estratégia foi aplicada conforme as características da lesão de cada pata, com o objetivo de restaurar mais rapidamente a pele do animal.

A médica veterinária Ana Eliza Silveira, da Pro Equi, explica que neste caso a técnica se torna ainda mais eficiente, pois facilita o manejo do animal em fase de recuperação, reduzindo a quantidade de sedações para que seja feita a manutenção do curativo.

"A pele da tilápia é rica em colágeno, tem boa resistência e se usa muito na medicina humana para recuperação de queimados. Em animais silvestres está sendo por apresentar condições favoráveis para a boa recuperação do animal. A placenta equina ajuda na cicatrização e crescimento das células da pele, além de proteger o ferimento", destaca.

De acordo com Lucas Cazati, o animal segue medicado. "A saúde desse animal é complexa, mas um dia após o procedimento, começou a apresentar pequenas melhoras, como a tentativa de se alimentar sozinho”. As informações foram divulgadas pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).


Nos siga no Google Notícias