Zanin determina retorno de Sérgio Martins ao cargo de presidente do TJMS
Além da reintegração de Martins, STF tirou tornezeleira do desembargador investigado
O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou na última quinta-feira (5) o retorno de Sérgio Fernandes Martins ao cargo de presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Martins havia sido afastado em outubro, junto com outros quatro desembargadores, sob suspeita de envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais. As informações foram publicadas pela colunista Natália Portinari, do portal UOL, nesta segunda-feira (9).
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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o retorno de Sérgio Fernandes Martins à presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Martins havia sido afastado em outubro sob suspeita de envolvimento em esquema de venda de decisões judiciais. A decisão de Zanin se baseou em parecer do procurador-geral da República, que considerou a documentação apresentada por Martins suficiente para justificar as transações bancárias questionadas pela Polícia Federal e, consequentemente, afastar, ao menos inicialmente, as suspeitas de sua participação no esquema. Com isso, foram revogadas medidas cautelares como monitoramento eletrônico e proibição de contato com funcionários do tribunal.
A decisão atende a um pedido feito pelo advogado de Martins, Rodrigo Mudrovitsch, que argumentou não haver indícios de que seu cliente teria se beneficiado financeiramente com as supostas vendas de sentenças. O jornal Campo Grande News entrou em contato com o escritório de Mudrovitsch, mas não obteve a confirmação. A reportagem também tentou falar diretamente com Sérgio Martins, mas o desembargador não atendeu às ligações.
Segundo a Polícia Federal, que conduz as investigações, Martins foi apontado por transações que levantaram suspeitas, como a compra de carros e gado com dinheiro vivo. A PF também observou um aumento patrimonial de R$ 102 mil em espécie entre 2022 e 2023, o que foi considerado um possível indício de participação no esquema.
O afastamento foi determinado pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), antes de o caso ser transferido ao STF.
Na decisão que reverteu o afastamento, Zanin considerou que a documentação apresentada por Martins esclareceu as suspeitas levantadas pela PF. Ele baseou sua decisão em parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet. "O requerente apresentou documentação que justifica as transações bancárias questionadas pela autoridade policial, afastando, ao menos inicialmente, os fundamentos que ensejaram a decretação de medidas cautelares em seu desfavor", disse Gonet.
Além de reintegrar Martins ao cargo, o ministro do STF revogou as outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como o monitoramento eletrônico com tornozeleira e a proibição de contato com outros funcionários do TJMS.
Ultima Ratio – A Polícia Federal foi às ruas para cumprir 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP). O STJ ainda deferiu o pedido de afastamento dos sigilos bancário e fiscal de investigados, além de determinar o afastamento das funções e o monitoramento por tornozeleira eletrônica dos desembargadores: Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sérgio Fernandes Martins e Sideni Soncini Pimentel.
O conselheiro Osmar Jeronymo também foi afastado do TCE e ele e o sobrinho serão monitorados. A ação levou o nome de “Ultima Ratio”, expressão do latim traduzida literalmente como “a força é o último argumento dos reis” e que significa que esgotados todos os argumentos razoáveis num debate, impõe-se o uso da força.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo é “investigar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul”.
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