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Cidades

Acosta nega ilegalidades na Funtrab e se vê em “emaranhado de acusações”

Ex-diretor-presidente afirma que fatos sob apuração não têm relação com ele e que estranha ação da PF em investigação do Ministério Público Estadual

Marta Ferreira | 29/09/2018 09:23
Acosta, em nota, negou relação com fatos apurado pelas autoridades. (Foto: Funtrab/Divulgação)
Acosta, em nota, negou relação com fatos apurado pelas autoridades. (Foto: Funtrab/Divulgação)

Em nota distribuída na tarde desta sexta-feira (28), o ex-diretor-presidente da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Wilton Acosta (PRB), afirmou ser vítima “de um emaranhado de acusações infundadas” que o colocam como beneficiário de desvio de dinheiro público. A manifestação ocorreu depois de a Polícia Federal deflagrar operação na qual apura supostas irregularidades envolvendo a Microcrédito Crediquali, incluindo uso irregular de recursos da instituição.

Pela manhã, quatro mandados de busca e apreensão e um de sequestro de veículo de pessoas ligadas à Crediquali foram cumpridos. A casa de Acosta, no Parque dos Poderes, assim como o estúdio de seu filho, estiveram entre os locais vistoriados pela PF –fato confirmado pelo próprio ex-diretor-presidente na nota.

A apuração verifica se, entre o primeiro semestre de 2016 ao primeiro de 2017, recursos da instituição foram usados indevidamente para a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas de ex-dirigentes da Crediquali e membros do conselho deliberativo da Funtrab, à época presidida por Wilton Acosta –candidato a deputado federal pelo PRB.

Acosta, em comunicado à imprensa, afirmou não ter medo de ser investigado e que “as acusações direcionadas a mim não são verdadeiras”. Segundo ele, enquanto presidiu a Funtrab, “nunca recebi e nem enviei repasse do governo estadual para alguma instituição de microcrédito citada na denúncia, informação que pode ser buscada no Portal da Transparência do Estado”.

O ex-diretor-presidente afirmou que os fatos sob apuração não tem relação com ele, já que, quando o caso surgiu, ele já havia deixado a fundação, “momento em que me afastei para colaborar na campanha para a prefeitura de Campo Grande”. Acosta ainda alegou estranhar “o envolvimento da Polícia Federal em uma investigação do Ministério Público Estadual. Ainda assim, afirmo que durante a visita da PF em minha residência e no estúdio de meu filho nada foi encontrado”.

Banco investigado atuava dentro da sede da Funtrab na Capital. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Banco investigado atuava dentro da sede da Funtrab na Capital. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Ele finalizou o comunicado apontando que a operação “tenta desestabilizar” sua campanha à Câmara Federal, apontando que as perguntas e apurações deveriam ser focadas no presidente da instituição à época.

Apuração – O advogado Luiz Carlos de Oliveira Bueno, que defende Acosta, já havia afirmado que nada foi levado da residência de seu cliente, que já prestou informações à Promotoria.

O Crediquali funcionava na sede da Funtrab, na rua 13 de Maio, onde havia uma funcionária da instituição. Ela também teria relação com outra empresa na rua 15 de Novembro, do ramo de operação de crédito. Em agosto, reportagem do Campo Grande News apontou que a instituição não tinha recursos desde o fim de 2017 –enquanto atuou, emprestava valores de R$ 1 mil a R$ 10 mil a pequenos empreendedores a juros baixos.

A Funtrab também era palco de relações familiares e com o PRB, de Acosta, que saiu do comando do órgão público em abril para disputar as eleições. Após seu desligamento, familiares e apadrinhados foram exonerados –com a troca de comando na entidade, também foi anunciada uma auditoria.

Em nota nesta tarde, o governo estadual informou que não tinha relações com a Crediquali (uma Oscip que prestou serviços até 2015) e confirmou que determinou à Funtrab e à Controladoria-Geral do Estado que apurem se houve eventuais prejuízos ao erário pela atuação da organização.

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