Bloqueio de sem-terra provoca congestionamento e irrita motoristas
O bloqueio de rodovias de Mato Grosso do Sul por sem-terra está provocando congestionamento e reclamações dos motoristas que estão presos por causa do protesto da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) na BR-463, entre Dourados e Ponta Porã, na BR-267, entre Nova Alvorada do Sul e o Distrito de Casa Verde, e na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.
O protesto começou por volta das 7h. Em Campo Grande, o congestionamento está próximo dos 2 quilômetros. A notícia provocou a irritação do governador André Puccinelli (PMDB), que chegou a interromper uma reunião com empresários chilenos para determinar que a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) intervenha para desosbruir a pista.
Na rodovia em Campo Grande, pneus e uma barreira humana impedem que os veículos passem. Os policiais militares rodoviários estaduais que estão no local negociaram com os manifestantes e o tráfego está sendo liberado de quando em quando, mas depois volta ser fechado. Passam apenas 25 veículos por vez.
Parados-André Leduíno, em meio à fila de carros que aguarda para passar. “Tem q procurar direitos,mas em lugar cabível”, afirmou.
A pecuarista Débora Rojas, 43 anos, contou que estava voltando para Ponta Porã, onde mora, e já estaria na cidade, onde tem compromissos, não fosse o bloqueio. Ele disse que acha certo que os sem-terra lutem pelos seus direitos, mas discorda da forma usada. “Nós também somos povo e temos os nosssos compromissos. Parados aqui, não vamos conseguir ajudar eles”.
O comerciante Augusto Prado, de 63 anos, disse ser contrário ao movimento. “ Muitas pessoas querem trabalhar e não podem por causa de outras que não querem”.
Ele contou que seu comércio deveria estar aberto em Sidrolândia, mas não estava porque ficou preso no congestionamento.
No local estão policiais rodoviários militares, que fazem o controle do tráfego. Nos outros dois pontos é a Polícia Rodoviária Federal quem enviou equipes para negociar com os sem-terra.
A Fetagri afirma que o protesto é para que o Incra volte a funcionar em Mato Grosso do Sul. A entidade diz que o órgão está parado desde que surgiram denúncias de corrupção, investigadas pelo Ministério Público Federal.