“Panela quente em geladeira”: Consórcio quer rever ar-condicionado em ônibus
"O ar funciona enquanto é novo e depois não funciona mais. Não é manutenção, mas uma coisa prática", diz João Rezende
Com 14 ônibus com ar-condicionado e tarifa de R$ 3,95, o Consórcio Guaicurus aponta problemas técnicos e busca convencer o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), a rever a exigência.
“No [ônibus] rodoviário até que funciona. Mas no transporte coletivo o calor é inserido dentro do ônibus a todo tempo. Com porta abrindo e fechando. Pessoa saindo, pessoa entrando. O ar funciona enquanto é novo e depois não funciona mais. Não é manutenção, mas uma coisa prática. Numa analogia bem simplista, ninguém coloca, em sã consciência, panela de comida quente na geladeira”, afirma João Rezende, presidente do consórcio.
Segundo Rezende, o ar-condicionado não resolve o problema estruturante do transporte coletivo. “Eu diria que ele maquia o problema”, avalia.
O veículo com ar-condicionado custa R$ 360 mil e gasta 30% a mais de combustível. O modelo normal tem valor de R$ 300 mil. A frota é formada por 570 ônibus, sendo 14 com ar-condicionado e tarifa de R$ 3,95, além de 21 fresquinhos (micro-ônibus com tarifa de R$ 4,80).
“Temos feito colocações para o prefeito rever esse ponto de vista. Embora tenha sido uma abordagem na campanha, tenho certeza que faltava informação. Estamos tentando sensibilizá-lo”, diz.
Para o consórcio, a redução na tarifa depende de cortes nas gratuidades, que totalizaram 14 milhões de viagens em 2018; enquanto o aumento da eficiência do serviço está condicionado às faixas exclusivas para ônibus.
Formado por quatro empresas, o Consórcio Guaicurus venceu licitação para explorar o transporte coletivo até 2032.