“Pobres de espírito”, diz Marquinhos sobre críticos de residencial em hotel
Prefeito foi até Brasília em busca de R$ 38 milhões para pagar pela desapropriação do espaço
O prefeito Marquinhos Trad (PSDB) rebateu as críticas ao projeto de implantação de moradias populares no prédio do Hotel Campo Grande, localizado na Rua 13 de Maio, região central de Campo Grande. Polêmica, a proposta divide comerciantes da região e gerou questionamentos por parte dos vereadores quanto ao custo das medidas necessárias para adequação do espaço.
Nesta segunda-feira (19), o prefeito foi até Brasília tentar viabilizar recursos de R$ 38 milhões pelo Ministério do Desenvolvimento Regional para executar o projeto de adequação do prédio, com previsão de transformação dos quartos em 117 habitações.
Em agenda pública na noite desta terça-feira (20), o prefeito utilizou o microfone para rebater os que dizem que ele usará o Centro para construir “moradias para pobres”. “Pobre de espírito são aqueles que comentaram desta maneira”, rebateu.
A ideia é destinar as moradias para famílias na fila dos programas de habitação que se enquadrem na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, com renda de até três salários mínimos – hoje, até R$ 2,9 mil. Há, ainda, a opção de adoção do aluguel social, modalidade ainda inexistente em Campo Grande. “Eles não vão morar de graça”, afirmou o prefeito se referindo aos critérios para distribuição e aquisição de habitação para famílias de baixa renda.
Fechado há mais de 18 anos, o prédio já abrigou um dos hotéis mais luxuosos de Mato Grosso do Sul. Possui 13 andares, com 82 apartamentos e duas suítes. “Do jeito que está não vai ter finalidade nenhuma para cidade”, ressaltou Marquinhos lembrando ainda dos altos tributos devidos pelos proprietários.
Lojistas – Em nota, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande) expressou preocupação diante do projeto de abrigar famílias no prédio do antigo Hotel Campo Grande. “A entidade reforça que defende o retorno dos moradores ao Centro, porém é preciso que seja feito com planejamento, garantindo bem-estar e qualidade de vida (...)”.
A entidade também questiona o custo do investimento. Para eles, a execução do projeto deve sair bem mais do que os R$ 38 milhões solicitados ao governo Federal, podendo atingir os R$ 64 milhões, com desapropriação e reforma.
“A CDL Campo Grande espera que a administração municipal promova um amplo debate sobre o assunto, ouvindo a população, empresários, entidades e instituições, para que a decisão seja tomada pelo bem das pessoas, sem populismo, ou intenções especulativas”.