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Capital

“Vai aparecer muita coisa”, diz delegado que apura vacinação em gabinete

Fernanda Mathias e Alberto Dias | 10/06/2016 08:53
Fabiano Nagata disse que na terça-feira duas pessoas serão ouvidas (Foto: Silas Lima/Arquivo)
Fabiano Nagata disse que na terça-feira duas pessoas serão ouvidas (Foto: Silas Lima/Arquivo)

O delegado do 1º Distrito Policial, Fabiano Nagata, indicou esta manhã, pouco antes de receber os vereadores integram a CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) que investiga o sumiço de vacinas contra H1N1 da rede pública de saúde de Campo Grande, que o inquérito policial sobre o caso pode ter vários desdobramentos. “Ali vai aparecer muita coisa”.

Na terça-feira serão ouvidas as primeiras pessoas, de manhã uma responsável pelo setor de imunizações da Prefeitura e no período da tarde uma assessora. A denúncia que gerou inquérito cita 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio, dentre elas o prefeito, dois vereadores, assessores, secretários e familiares dos servidores.

O prazo para conclusão do trabalho é de 30 dias, mas pode ser prorrogado. O foco, explica, é saber se houve vacinação do primeiro escalão, o que configuraria crime de peculato grave. Isso porque a vacinação, conforme preconização do Ministério da Saúde, só deve ser feito em grupos prioritários, incluindo crianças pequenas, idosos e doentes crônicos.

Denúncia – A denúncia foi feita pelo jornalista Carlos Roberto Pereira que procurou a polícia no dia 3 de junho para registrar boletim de ocorrência por peculato contra a Prefeitura de Campo Grande. Ele alega ter provas e uma lista com 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio, dentre elas o prefeito, dois vereadores, assessores, secretários e familiares dos servidores.

O inquérito para apurar a denúncia foi instaurado na terça-feira, quando Carlos prestou novo depoimento à polícia. A denuncia foi feita depois que o jornalista tentou imunizar a sobrinha, de 22 anos, que está em tratamento contra o câncer e por isso se enquadra no grupo prioritário, mas recebeu informação de que não haveria mais vacina na rede pública desaúde.

Sem fundamentos - Ao Campo Grande News, a prefeitura alegou que Carlos “tem motivação política, inclusive esteve na Câmara Municipal fazendo denúncias contra o prefeito sem nenhuma comprovação”. A Prefeitura diz que não há fundamentos para a denúncia e aponta “onda de boatos sobre sumiço de vacinas” lembrando que foi instaurada sindicância pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para apurar o caso.

Recentemente, a reportagem mostrou a vacinação de grupos não prioritários, falha apontada inclusive pelo governo estadual como responsável pela falta da doses para que todos que integram o grupo de risco fossem imunizados.

A Sesau não explicou onde estão pelo menos três mil doses, diferença entre o volume repassado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a cobertura vacinal.

 

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