Abalados, pais dizem que era 1º grande show de jovem assassinado por agente
Família conta que Adilson havia comprado convites há mais de 4 meses e estava ansioso para evento.

Ainda atordoados com o assassinato do filho, Adilson Silva Ferreira dos Santos, 23, na madrugada deste domingo (24), durante show de Henrique e Juliano, em Campo Grande, os pais do servente de pedreiro contam que o jovem estava ansioso para ir ao seu primeiro grande evento e que havia comprado ingressos para o camarote há mais de 4 meses.
O crime foi cometido por um agente penitenciário federal de 34 anos, após desentendimento com a vítima, no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês.
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“Ele havia garantindo esses convites há muito tempo. Primeira vez que ele iria em evento grande assim. Só falava disso. Estava feliz e muito ansioso”, conta a mãe, Marlene de Souza Silva, 44.
Na manhã de hoje, Marlene Souza Silva, 44, e o chacareiro Ilso Rodrigues Nascimento, 58, foram até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), no centro, tratar dos trâmites para obter liberação do corpo do filho junto ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
“Me admira muito esse agente entrar no show com uma pistola e atirar no peito do meu filho depois de um desentendimento. Acho que isso deve ser muito bem apurado pela polícia. Houve má intenção, senão por que ir a uma festa levando uma arma? Ele atirou para matar”, acredita o pai da vítima.
A família conta ainda que Adilson havia retornado à Campo Grande há aproximadamente 1 ano, depois de passar uma temporada em Santa Catarina.
“Ele estava organizando uma viagem para janeiro do ano que vem, para conhecer a filha que nasceu por lá, tem uns 3 meses”, diz Marlene, que é diarista.

Reação automática - Em depoimento ao delegado Reginaldo Salomão, o agente penitenciário disse que a intenção era deixar a arma no carro, mas como não conseguiu vaga de estacionamento dentro do shopping, teve que entrar com a pistola no show.
Segundo informações da equipe envolvida no evento, o agente tem porte de arma e apresentou documentação obrigatória, por isso foi autorizado a entrar com uma pistola .40.
O delegado conta que o agente justificou o disparo como "ato de memória muscular", uma reação automática devido aos treinamentos realizados na academia para reprimir agressões. Ele ainda garantiu ao delegado que não estava embriagado.
O autor foi preso em flagrante e vai passar por audiência de custódia no Fórum de Campo Grande nesta segunda-feira (25).