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Capital

Independente de qualquer decisão, Expogrande será realizada, diz nota

João Humberto | 31/01/2011 23:59

Em nota encaminhada nesta noite à imprensa, a Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul) diz que foi surpreendida com a decisão judicial contrária aos shows há 70 dias antes de começar a Expogrande. A entidade espera que a decisão final não recaia em cima da hora, o que colocaria a Feira em situação de caos e emergência, com decisão contra ou a favor.

De acordo com Francisco Maia, presidente da Acrissul, o órgão promove a Expogrande há 73 anos, evento que se transformou na maior feira agropecuária e de entretenimento do Centro-Oeste, divulga a nota. A previsão para este é de cerca de 400 mil pessoas.

A Acrissul cita que as festas no Parque de Exposições Laucídio Coelho causaram o surgimento de grandes talentos da música sertaneja local, como: João Bosco e Vinicius, Maria Cecília e Rodolfo, Michel Teló, Amannda, Munhoz e Mariano, Jads e Jadson, o meteoro Luan Santana, além de Almir Sater.

Segundo a associação, o impacto da Expogrande é extraordinário no comércio local e na geração de emprego. Independente da decisão judicial, a Feira será realizada normalmente neste ano, aponta a Acrissul.

Já estão programados mais de 50 leilões e prevista uma comercialização de 30 mil cabeças de gado de corte, fator que consolida a Feira como a maior exposição em venda de gado comercial no mundo.

Na opinião da Acrissul, a decisão do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que acatou a pretensão do Ministério Público, negada pelo juiz de direito Amaury da Silva Kuklinski, da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, não afeta os produtores. “Mas é um golpe mortal no negócio do lazer em nosso estado. Campo Grande não dispõe de local mais apropriado para shows como o Parque Laucídio Coelho, tanto é que as festas promovidas pela própria prefeitura da Capital são na Acrissul”, sustenta a nota.

“Entendemos que o problema deve ser resolvido no âmbito do Poder Público, para evitar que esse grande negócio do entretenimento, que se tornou um segmento forte da economia seja desviado para Cuiabá, assim como os jogos da Copa do Mundo”, diz a nota à imprensa.

Na quinta-feira, Francisco Maia disse que uma reforma acústica para dar fim ao alto som dos shows no Laucídio Coelho é cara e inviável. Uma das soluções apontadas por ele se refere a adequar o horário dos shows.

Reunião - Na tarde de hoje, o governador André Puccinelli (PMDB) se reuniu com sete promotores de evento, além do vereador de Campo Grande, Vanderlei Cabeludo (PMDB), na governadoria, para discutir uma alternativa ao problema. Também participaram do encontro o secretário de governo Osmar Jerônymo e a vice-governadora Simone Tebet (PMDB).

Ele disse que o que puder fazer para resolver o impasse da realização ou não de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho, fará. No entanto, quer que a situação seja resolvida em âmbito jurídico.

Problema - O TJ/MS suspendeu, na semana passada, sob pena de multa de R$ 100 mil, a realização de shows, eventos e rodeios no Laucídio Coelho.

Na ação civil pública, o Ministério Público aponta que os eventos não têm a concessão dos licenciamentos ambientais necessários; que o local onde está o Parque de Exposições é zona residencial e deve-se respeitar o limite máximo de ruídos fixados em lei. Para o MP, a limitação não é respeitada e resulta em reclamações de moradores da região.

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