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Capital

Além de prisão, promotores querem perícia em buraco e PMs investigados

Com base em reportagens publicadas pelo Campo Grande News, promotores pedem que polícia faça mais diligências sobre o caso

Luana Rodrigues | 04/01/2017 14:25
Policiais na hora e local do crime. (Foto: Alcides Neto)
Policiais na hora e local do crime. (Foto: Alcides Neto)
Buraco na Avenida Ernesto Geisel, entre a Afonso Pena e a Rua João Rosa Pires, pode ter causado "fechada" que resultou na morte de empresário. (Foto: Alcides Neto)
Buraco na Avenida Ernesto Geisel, entre a Afonso Pena e a Rua João Rosa Pires, pode ter causado "fechada" que resultou na morte de empresário. (Foto: Alcides Neto)

Além do pedido à Justiça de prisão preventiva do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos - que matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após briga no trânsito - o MPE (Ministério Público Estadual) também fez solicitações à Polícia Militar e Civil, com relação a investigação sobre o caso.

Os promotores querem que seja instaurado um inquérito policial para apurar eventuais crimes de prevaricação e favorecimento pessoal dos policiais militares Jose Casupacio Andrade e Ianderson de Souza Queiroz, e demais agentes da lei que compareceram no local, por terem dado voz de prisão ao autor.

No documento, o Ministério Público pede a quebra de sigilo telefônico do PRF e também cita reportagens do Campo Grande News solicitando, por exemplo, que seja feita uma perícia no buraco na Avenida Ernesto Geisel, entre a Afonso Pena e a Rua João Rosa Pires, com a máxima urgência, que conforme reportagem publicada no dia 1º de janeiro, pode ter causado à “fechada” do empresário ao policial e resultado na briga entre eles.

Além disso, os promotores querem que sejam ouvidos pela polícia todos os jornalistas que estiveram no local para fazer cobertura do crime, e que entrevistaram testemunhas do ocorrido.

Também foi solicitado o interrogatório de pessoas que participavam do velório em frente à avenida, obtenção e perícia de vídeos de câmeras de vigilância e de imagens publicadas nas redes sociais.

Ainda na requisição, o MPE solicita a elaboração de mapa de trajeto feito por Ricardo da casa dele até o local do crime e outro que indique o trajeto virtualmente ideal da casa dele até Corumbá – município distante cerca de 305 quilômetros de Campo Grande – para onde o policial disse que iria.

O pedido foi assinado pelos promotores João Meneghini Girelli, Bolivar Luis da Costa Vieira e Allan Thiago Barbosa Arakaki. Tudo será analisado pela Justiça, mas não há prazo para decisão ou resposta. A defesa alega legítima defesa para a conduta do policial.

Decisão "não certada" - Na manhã desta quarta-feira (04), o MPE (Ministério Público Estadual) pediu à Justiça que seja decretada a prisão preventiva do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos.

Assinado pelos três promotores de plantão, o pedido afirma que decisão de libertar Ricardo não foi “acertada”. De acordo com o MPE, a prisão preventiva se justifica porque foi comprovada a materialidade e autoria, o crime é doloso e possui pena máxima superior a quatros anos e que a prisão é necessária à ordem pública.

O Ministério Público alega que o caso teve circunstâncias especialmente graves e cita fatos que não podem ser “desprezados”. Como Ricardo ser um policial, portanto com dever legal de proteger os cidadãos e que, por ser da PRF, tem um dos treinamentos mais rígidos dentre as forças policiais.

“É que, há forte indícios de que o requerido, por si só e também com o auxílio de outrem inovou artificiosamente o estado de coisa e pessoa, a fim de induzir os órgãos de segurança a erro, bem como obteve tratamento privilegiado pelo Poder Público”.

Caso - O policial conduzia uma Mitsubishi Pajero e efetuou disparos contra uma Hilux. O condutor da caminhonete foi atingido , perdeu o controle da direção e o veículo atingiu um poste de iluminação pública.

Duas pessoas que estavam na caminhonete com a vítima ficaram feridas e foram socorridas. Segundo relato de uma mulher que chegou ao local logo após os disparos e acidentes, o policial desceu com a arma em punho e discutiu com o rapaz baleado. Ela não quis se identificar.

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