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Capital

MPE pede prisão preventiva de policial que matou empresário a tiros

Caso teve circunstâncias especialmente graves e fatos que não podem ser “desprezados”, alegam promotores

Aline dos Santos | 04/01/2017 11:34
Condutor de caminhonete morreu e dois ficaram feridos após tiros e perseguição na Ernesto Geisel. (Foto: Simão Nogueira)
Condutor de caminhonete morreu e dois ficaram feridos após tiros e perseguição na Ernesto Geisel. (Foto: Simão Nogueira)
Ricardo dentro da viatura da PM no local do crime. (Foto: Simão Nogueira)
Ricardo dentro da viatura da PM no local do crime. (Foto: Simão Nogueira)

O MPE (Ministério Público Estadual) pediu à Justiça que seja decretada a prisão preventiva do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos. No último sábado (31), ele matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após briga no trânsito, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. Na ocasião, o policial chegou a ser preso, mas foi solto no dia seguinte (1º de janeiro)

Assinado pelos três promotores de plantão, o pedido afirma que decisão de libertar Ricardo não foi “acertada”. De acordo com o MPE, a prisão preventiva se justifica porque foi comprovada a materialidade e autoria, o crime é doloso e possui pena máxima superior a quatros anos e que a prisão é necessária à ordem pública.

O Ministério Pública alega que o caso teve circunstâncias especialmente graves e cita fatos que não podem ser “desprezados”. Como Ricardo ser um policial, portanto com dever legal de proteger os cidadãos e que, por ser da PRF, tem um dos treinamentos mais rígidos dentre as forças policiais.

Os promotores também afirmam que não é desprezível o fato de ter sobrado, conforme relato dos policiais militares, apenas quatro munições intactas na pistola. A capacidade da arma é de 16+1, ou seja 16 munições do carregador e uma na própria arma, pronta para o disparo. Para o Ministério Público, a prisão preventiva é necessária para evitar ameaça a testemunhas ou influência na produção de provas.

“É que, há forte indícios de que o requerido, por si só e também com o auxílio de outrem inovou artificiosamente o estado de coisa e pessoa, a fim de induzir os órgãos de segurança a erro, bem como obteve tratamento privilegiado pelo Poder Público”.

Troca de roupa – Segundo o MPE, apesar do registro informar que Ricardo foi conduzido pela PM (Polícia Militar), ele compareceu à delegacia de forma espontânea, onde recebeu a voz de prisão em flagrante. Também é destacado que o crime foi às 5h40 e o depoimento do policial foi encerrado às 12h55. Para a promotoria, “indício de que houve atuação irregular” em favor de Ricardo.

Outro fato é de que nos vídeos e fotos, o policial aparece de camiseta listrada e a calça da farda. Mas na delegacia, trajava a farda completa. Ainda segundo o MPE, o preso deu versões fantasiosas. O pedido de prisão preventiva foi assinado pelos promotores João Meneghini Girelli, Bolivar Luis da Costa Vieira e Allan Thiago Barbosa Arakaki. A defesa alega legítima defesa para a conduta do policial. 

Caso - O policial conduzia uma Mitsubishi Pajero e efetuou disparos contra uma Hilux. O condutor da caminhonete foi atingido , perdeu o controle da direção e o veículo atingiu um poste de iluminação pública.

Duas pessoas que estavam na caminhonete com a vítima ficaram feridas e foram socorridas. Segundo relato de uma mulher que chegou ao local logo após os disparos e acidentes, o policial desceu com a arma em punho e discutiu com o rapaz baleado. Ela não quis se identificar.

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