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Capital

Além do carro de Erlon, homem ganhou R$ 24 mil com adulterações

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 29/04/2014 16:31
Luiz Fernando é escoltado para apresentação na Defurv na tarde de hoje (Foto: Marcelo Victor)
Luiz Fernando é escoltado para apresentação na Defurv na tarde de hoje (Foto: Marcelo Victor)

Além de vender as placas para “legalizar” o carro roubado do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, o funcionário da Íons Comércio de Placas para Veículos, Luiz Fernando Flores Valenzuela, 27, faturou cerca de R$ 24 mil com a adulteração de placas. Ele, que está preso desde sexta-feira, e o proprietário da empresa foram indiciados por formação de quadrilha e adulteração de placas.

De acordo com a delegada Maria de Lourdes Cano, titular da Defurv (Delegacia de Furto e Roubo de Veículos), Luiz Fernando confessou que cobrou R$ 120 por cada placa para ser colocada no carro do veículo Golf roubado de Golf.
Ele relatou que o acusado pela execução do empresário, Thiago Henrique Ribeiro, 21, ligou e encomendou as placas para um veículo comprado pelo pai. À Polícia, Thiago contou que viu um Golf branco, a venda em um site de venda de veículos, e encomendou as placas com o mesmo número. Luiz Fernando alegou que não sabia de que estava se envolvendo no latrocínio.

Maria de Lourdes contou que o funcionário da Íons Comércio usava a estrutura da empresa para adulterar placas há quatro anos. Neste período, ele deve ter faturado aproximadamente R$ 24 mil, já que foram 200 placas, sendo que cada uma era vendida a R$ 120. “Ele vendia de três a quatro placas por semana”, afirmou a delegada.

O esquema funcionava da seguinte maneira: Luiz Fernando recebia a “encomenda” e pediu a confecção das placas, que eram encaminhadas ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Ao chegar no órgão, Luiz Fernando pegava as placas e as colocava na mochila para entregar aos “clientes”.

O funcionário teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e não tem antecedentes criminais. Ele vai responder pelos crimes de formação de quadrilha e adulteração de placas, que podem acarretar na condenação de até 20 anos de reclusão.

O proprietário da Íons, José Ribamar Rodrigues Leite da Costa, também foi indiciado pelos dois crimes e mais o de omissão de cautela (por ter sido omissão e não ter denunciado o funcionário).

Maria de Lourdes apresentou o resultado final do caso Erlon Bernal (Foto: Marcelo Victor)
Maria de Lourdes apresentou o resultado final do caso Erlon Bernal (Foto: Marcelo Victor)
Placa adulterada que foi afixada no carro de empresário morto por bandidos (Foto: Marcelo Victor)
Placa adulterada que foi afixada no carro de empresário morto por bandidos (Foto: Marcelo Victor)

Confissão – Em entrevista à imprensa, na tarde de hoje na Defurv, Luiz Fernando admitiu que adulterava as placas há três anos. Ele disse que pratica o crime para ganhar um extra. “Não fazia esquema”, ressaltou.

Ele contabiliza que ajudou a adulterar 200 placas. Durante a entrevista, reforçou que agia sozinha e inocentou o dono da empresa de qualquer participação no esquema.

Em dois depoimentos à Polícia, José Ribamar também negou qualquer participação no esquema de adulteração feito há quatro anos em sua empresa.

Conclusão – Com o indiciamento dos dois, a delegada deu por encerrado o inquérito envolvendo a morte de Erlon, ocorrida no dia 1º deste mês.

Além dos dois, a Polícia indiciou outros quatro homens pelo crime: Thiago, Rafael Diogo, o Tartaruga, 24, Jefferson dos Santos Souza (dono da arma), e o funileiro Ataíde Pereira dos Santos. Uma adolescente de 17 anos também foi apreendida por participação no crime.

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