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Capital

Polícia investiga empresa que fez placa colocada em carro roubado de empresário

Bruno Chaves | 15/04/2014 17:36
Delegada explica que placas foram confeccionadas por empresa credenciada no Detran/MS (Foto: Cleber Gellio)
Delegada explica que placas foram confeccionadas por empresa credenciada no Detran/MS (Foto: Cleber Gellio)

A empresa Íons Placas, de Campo Grande, é investigada pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos) por ter confeccionado as placas veiculares que foram colocadas no VW Golf do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) no dia 1º de abril desse ano.

Conforme a delegada titular da Defurv, Maria de Lourdes Cano, as placas foram feitas no dia 28 de março e colocadas no carro de Erlon sem passar por vistoria no Detran (Departamento Estadual de Trânsito). “Tem uma norma no Detran que diz que as placas não podem ser entregues direto para o dono antes de passar pelo órgão”, afirmou.

Maria de Lourdes, em coletiva realizada nesta terça-feira (15), revelou que três pessoas relacionadas a Íons Placas, entre elas o proprietário, já foram ouvidas, além de servidores do Detran. À polícia, a empresa garantiu que faz um controle dos pedidos, mas afirma que o da placa NRP-0011, de Ponta Porã (encontrada no carro de Erlon), não consta nos registros internos.

“Eles [empresa] vão ter que dar conta de quem pediu essas placas e para quem entregaram. Eles falam que receberam esse pedido por telefone e, até o momento, não conseguiram comprovar”, disse. Maria de Lourdes ainda afirmou que não há procedimento administrativo no Detran de legalização da placa, mas que ela foi feita de maneira legal.

Como a investigação da polícia pretende descobrir quem solicitou a placa e o por quê de a empresa não ter repassado ela ao Detran, mas sim a uma pessoa de fora do órgão, um auto complementar do inquérito foi aberto pela polícia. “Não descartamos a participação de despachantes e de gente de dentro da empresa nesse crime”, concluiu.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o proprietário da empresa que disse que o advogado Afrânio Alves Corrês está se manifestando sobre o caso. Afrânio, por sua vez, disse que ainda está estudando o processo e que falará em breve sobre a questão. “Mas meu cliente se coloca a disposição para colaborar com a Justiça. Vamos fazer uma checagem completa no sistema para depois nos posicionarmos”, ponderou.

Crime – A vítima saiu de casa às 14h da terça-feira (1°) para mostrar o veículo a um suposto cliente. O local combinado foi na avenida Interlagos, em frente a rotatória da Coca-cola, em Campo Grande. Ao chegar lá, um dos bandidos disse a ele que precisava mostrar o Golf a uma tia, para “fechar negócio”.

No entanto, poucos minutos após chegar à casa no bairro São Jorge da Lagoa, Erlon foi assassinado e o corpo enterrado em um fossa séptica.

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