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Capital

Alvos do Gaeco, “geral, ponteiro e resumo da rifa" do PCC são condenados

Dez integrantes do PCC foram investigados pela Operação Yin-yang, realizada em fevereiro do ano passado

Geisy Garnes e Aline dos Santos | 24/09/2020 16:27
Equipes da Polícia Militar no dia da operação em ações na Máxima (Foto: Arquivo)
Equipes da Polícia Militar no dia da operação em ações na Máxima (Foto: Arquivo)

Após um ano e sete meses, dez alvos das Operação Yin-yang, realizada em fevereiro do ano passado, foram condenados pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. De “geral do estado” a “resumo da rifa”, os integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) somam pena que ultrapassa 88 anos.

Decorrente de investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a operação revelou a atual estrutura da facção e a identidade de integrante da “cúpula” da facção. Ao todo, 48 integrantes do PCC foram alvos das ações do ano passado e viraram réus em cinco processos na justiça.

Um deles, julgado pela juíza da May Melke Amaral Penteado Siravegna, terminou com a condenação de Hamiltom Roberto Dias Júnior, Vinicius Henrique Marques de Lima, Fábio Rogério Bigoto, Kaio Cesar Martins Borges, Guilherme Rafael Cabrera, Gabriel Vinicius Cabreira, Rubiana Aparecida Cabrera, Cleverson dos Santos, Luciano Gonçalves da Silva Junior e Cristhian Gomes Vieira. As penas somam 88 anos e seis meses.

Das funções e condenações – Entre os condenados, está Hamiltom Roberto. Ele cumpria a função de “geral do estado”, mas numa melhoria de cargo passou a ser “Ponteiro do Resumo do Cadastro dos Estados e País” e na sentença recebeu pena de 12 anos.

Preso na Penitenciária Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, ele responde por participação no “Tribunal do Crime” em que José Carlos Louveira Figueiredo, de 41 anos, foi decapitado. Hamiltom também marcou presença na operação Echelon, do Ministério Público de São Paulo, onde gravação mostra ele explicando para uma interlocutora a importância de Mato Grosso do Sul para o PCC. Na ligação, ele destaca que há guerra de facções porque o Estado faz fronteira com dois países.

Equipes do Bope deixando o Imol com os presos no dia da operação (Foto: Arquivo)
Equipes do Bope deixando o Imol com os presos no dia da operação (Foto: Arquivo)

Vinicius Henrique Marques de Lima foi apontado como o responsável pelas armas que seriam usadas em um plano de fuga da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), em 2017. Mas, antes disso, elas foram furtadas e ele teve que pagar pelas “ferramentas perdidas”. Agora, recebeu condenação de 6 anos por participar dos crimes da facção.

Considerado “geral do estado”, função responsável pelo comando da atividade criminosa do PCC em âmbito estadual, Fábio Rogério Bigoto foi condenado a 10 anos e nove meses.

Kaio Cesar era o “disciplina”, quem levava o conhecimento das lideranças as eventuais faltas praticadas pelos membros da organização e também aplicava as sanções por eles decididas. Com um histórico de passagens por tráfico de drogas e roubo, ele foi condenado a 12 anos de prisão.

Liderança de “Disciplina da Rua”, Guilherme Rafael também foi condenado a 12 anos. Ele cumpria a função de punir integrantes da facção, em liberdade, que contrariassem as regras e determinações dos líderes. Também providenciava armas de fogo quando os “irmão” precisavam.

Companheiro de cela de Hamiltom, Cleverson dos Santos também cumpria a função de “Geral do Estado” e foi condenado a 12 anos de detenção. Apontado como “Resumo da Rifa”, ou seja, o chefe do setor responsável pelo levantamento de recursos mediante sorteios de “prêmios” entre integrantes da facção, Cristhian Gomes Vieira foi condenado a 7 anos e seis meses de prisão.

Gabriel Vinicius Cabreira, irmão de Guilherme Rafael, recebeu pena de 6 anos. Rubiana Aparecida Cabrera foi condenada a 5 anos e Luciano Gonçalves da Silva Junior a 5 anos e 3 meses.

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