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Capital

Ao ser apreendido, adolescente que matou a mãe a facadas diz que era humilhado

Vítima foi encontrada morta neste domingo, na Rua Macarai, na casa onde vivia com o filho

Por Viviane Oliveira e Ana Beatriz Rodrigues | 06/10/2024 13:19
A ocorrência foi atendida pela delegada Cynthia Gomes (Foto: Enryck Sena)
A ocorrência foi atendida pela delegada Cynthia Gomes (Foto: Enryck Sena)

Ao ser apreendido, o adolescente de 16 anos que matou a mãe, Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52 anos, com cerca de 20 facadas, sendo 9 delas no rosto, disse que era humilhado pela mulher.

A vítima foi encontrada morta neste domingo (6), na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira, em Campo Grande. O garoto fugiu logo após o fato e foi localizado no fim da manhã, quando tentava pular o muro de volta para a residência, após os trabalhos da perícia.

Conforme a delegada Cynthia Gomes, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol (Centro Especializada de Polícia Integrada), o crime foi premeditado. O menino disse que a mãe batia nele, o humilhava, o xingava e não o amava. "Essa informação, inicialmente, foi confirmada por alguns vizinhos", contou.

Segundo o garoto, já vinha premeditando e nesta madrugada atingiu a mãe com uma faca que tinha dentro de casa. O primeiro golpe foi no pescoço. Regina estava dormindo, mas acordou e começou a se defender. "Na luta, ele levou a vantagem e continuou com os golpes, levando a vítima a óbito", disse Cynthia. O caso foi registrado como feminicídio.

Ainda de acordo com a polícia, havia muito sangue espalhado pelos cômodos. Além da faca, o garoto usou pedra e vidro para matar Regina. Os objetos foram apreendidos para perícia. Testemunhas relataram que ontem à noite o adolescente foi visto bebendo com a mãe em uma praça do bairro.

Material que foi apreendido dentro da casa (Foto: divulgação)
Material que foi apreendido dentro da casa (Foto: divulgação)

Caso - Conforme uma vizinha, por volta das 5h passou a escutar gritos de socorro vindo da casa ao lado. Ela, então, acionou a PM (Polícia Militar). Uma viatura foi ao local, porém o barulho havia cessado e os policiais foram embora após baterem palmas e não serem recebidos por ninguém.

Incomodada com a situação, a mulher chamou novamente a PM, insistindo que havia ocorrido alguma coisa na casa da vizinha. Os policiais então retornaram, pularam o muro e entraram no imóvel, foi quando encontraram Regina morta em um dos cômodos. A roupa usada pelo garoto foi trocada e ficou no local, suja de sangue.

Segundo os vizinhos, a mulher tinha problemas com o álcool e constantemente agredia o filho. “O menino trabalhava como Mirim. Ele é bem tranquilo. A mãe pegava todo o salário dele. Pode ter sido uma ação de reação. O pai dele está preso há muitos anos”, disse um dos moradores entrevistados pela reportagem.

A reportagem não vai divulgar o nome do infrator, seguindo determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O caso será investigado pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Sangue na sala onde ocorreu o crime (Foto: divulgação)
Sangue na sala onde ocorreu o crime (Foto: divulgação)

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