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Capital

Apartamento de antigo dono da Bigolin vai a leilão por dívidas de R$ 700 mil

Imóvel avaliado em quase R$ 3 milhões será vendido para quitar débitos de condomínio, IPTU e plano de saúde

Por Jhefferson Gamarra | 29/05/2025 16:10
Apartamento de antigo dono da Bigolin vai a leilão por dívidas de R$ 700 mil
Apartamento localizado na Avenida Alvorada, no Bairro Jardim dos Estados (Foto: Divulgação/Maria Fixer Leilões)

O empresário Roberto Bigolin, proprietário do antigo grupo de lojas de materiais de construção Bigolin, terá seu apartamento de luxo leiloado em Campo Grande para quitar dívidas acumuladas que ultrapassam R$ 700 mil. A venda judicial do imóvel, situado no 11º andar do Edifício Maison Classic, no Bairro Jardins dos Estados, foi marcada para os dias 26 de maio e 2 de junho de 2025. Caso não haja lances, o bem será incluído em venda direta por 60 dias corridos.

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Apartamento de luxo do empresário Roberto Bigolin, ex-dono do Grupo Bigolin, vai a leilão para quitar dívidas que somam mais de R$ 700 mil. O imóvel, localizado em área nobre de Campo Grande, está avaliado em R$ 2,8 milhões e será leiloado nos dias 26 de maio e 2 de junho de 2025. As dívidas incluem taxas condominiais, IPTU e valores devidos à Unimed. A situação decorre da falência do Grupo Bigolin em 2021, após dívidas ultrapassarem R$ 100 milhões. Bigolin contestou a validade das cobranças, mas o pedido de suspensão do leilão foi negado pela Justiça. A venda será conduzida eletronicamente, com possibilidade de parcelamento.

De acordo com documentos judiciais, o valor total das dívidas de Roberto Bigolin soma R$ 732.646,95. Desse montante, R$ 480.017,94 referem-se a taxas condominiais não pagas desde 2019; R$ 205.266,29 são relativos a IPTU em atraso desde 2018; e outros R$ 47.362,72 correspondem a dívidas com a Unimed Campo Grande, que entrou no processo como terceira interessada.

Avaliado em R$ 2.885.435,06, o imóvel fica em um dos endereços mais valorizados de Campo Grande, onde moram empresários do setor farmacêutico, médicos, produtores rurais, políticos e donos de redes de postos de combustíveis. O apartamento possui área construída de 485,93 m², sendo 348,42 m² de área privativa, mais 37,50 m² privativos das garagens e 100,01 m² de área comum.

Apartamento de antigo dono da Bigolin vai a leilão por dívidas de R$ 700 mil
Vista de um dos apartamentos do prédio (Foto: Divulgação)

A situação é reflexo direto do colapso do Grupo Bigolin, que teve sua falência decretada pela Justiça em 2021, após não conseguir cumprir as exigências do plano de recuperação judicial. Antes da falência, a dívida da empresa ultrapassava R$ 100 milhões. A derrocada do grupo afetou não apenas as lojas de materiais de construção, mas também os empreendimentos imobiliários vinculados ao empresário. Desde então, pelo menos dois leilões de bens já foram realizados, levantando cerca de R$ 10 milhões, valor ainda insuficiente para saldar os débitos deixados.

A antiga loja principal da Bigolin, localizada na Rua 13 de maio, região Central de Campo Grande, foi adquirida em leilão e atualmente abriga uma igreja evangélica, simbolizando o encerramento de uma era do varejo local.

O empresário Roberto Bigolin, por meio de seus advogados, chegou a pedir ao Judiciário a suspensão do processo de execução do seu apartamento, alegando que as dívidas condominiais cobradas são inexigíveis. Segundo ele, as atas das assembleias que aprovaram as taxas não cumpriram o quórum legal e não há documentos que legitimem a cobrança. Além disso, destacou a situação de vulnerabilidade financeira de sua família após a falência do Grupo Bigolin, argumentando que a execução deve ser suspensa ou extinta sem resolução de mérito, por não existir título executivo válido. No entanto, o juiz Cássio Roberto dos Santos indeferiu o pedido de suspensão e extinção do processo de execução.

No caso do leilão do apartamento no Maison Classic, a venda será conduzida de forma eletrônica pela leiloeira Conceição Maria Fixer, com possibilidade de parcelamento: imóveis com valor superior a R$ 1 milhão podem ser pagos em até 30 parcelas mensais, acrescidas de juros e correção monetária. A Unimed, como credora, já solicitou formalmente que eventuais valores remanescentes da venda sejam repassados diretamente à cooperativa médica para quitação do débito do empresário.

A reportagem não consegui contato com o empresário Roberto Bigolin e com seus advogados para obter um posicionamento sobre o leilão. O espaço segue aberto para que o empresário ou seus representantes legais possam se manifestar e apresentar sua versão dos fatos, caso desejem.



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