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Capital

Apesar de alerta da prefeitura, mato alto e entulho continuam nas calçadas

Viviane Oliveira | 10/11/2013 10:09
A doméstica Marli tem que se arriscar e passar na rua, porque a calçada está tomada pelo mato na rua Ricardo Franco. (Foto: Marcos Ermínio)
A doméstica Marli tem que se arriscar e passar na rua, porque a calçada está tomada pelo mato na rua Ricardo Franco. (Foto: Marcos Ermínio)

Como se não bastasse os terrenos vazios que servem de lixão a céu aberto, as calçadas que deveriam ser utilizadas por pedestres estão tomadas por mato alto, galhos de árvores e entulhos, quando não estão quebradas. Na maioria dos bairros e na região Central de Campo Grande, andar nas calçadas tem se tornado um grande desafio.

A sujeira chamou a atenção do prefeito Alcides Bernal (PP), que depois de visto vários locais sujos e tomados pelo mato ao andar pelos bairros, alertou durante entrevista de rádio os donos dos imóveis a fazerem a limpeza, sob pena de serem multados.

Na Rua Espírito Santo com a Rua da Paz, por exemplo, vários galhos de árvores atrapalham a passagem de pedestre, isso porque alguém resolveu fazer a poda e jogar os galhos na rua. Nos bairros a situação é pior ainda, pois além do mato, tem ainda lixo e entulho que o pedestre tem que enfrentar se não quiser se arriscar a andar no meio da rua.

A doméstica Marli Leão Pinheiro, 51 anos, para chegar ao trabalho, na Vila Sobrinho, precisa andar umas 6 quadras depois que desce do ônibus, na Júlio de Castilhos. O percurso seria tranquilo se não fosse ter que caminhar boa parte na rua, por conta das más condições das calçadas.

Em um trecho da Rua Ricardo Franco, uma das vias que Marli passa todos os dias, está coberta pelo mato e entulho. “Aqui é movimentando, mas prefiro andar no cantinho da rua a caminhar pelo mato e encontrar um bicho”, justifica.

Na Avenida José Nogueira Vieira, na calçada do Asilo São João Bosco, no bairro Tiradentes, o obstáculo é outro. Uma pedra de concreto enorme atrapalha a passagem de quem passa pelo local, principalmente se o pedestre tiver algum tipo de deficiência.

Galhos de árvores na Rua Marquês de Lavradio, no Tiradentes. (Foto: Marcos Ermínio)
Galhos de árvores na Rua Marquês de Lavradio, no Tiradentes. (Foto: Marcos Ermínio)
A calçada de um quarteirão inteiro está coberto pelo mato. O local fica na rua Fraklin, também no Tiradentes. (Foto: Marcos Ermínio)
A calçada de um quarteirão inteiro está coberto pelo mato. O local fica na rua Fraklin, também no Tiradentes. (Foto: Marcos Ermínio)

Perto dali, na Rua Franklin, um quarteirão inteiro está coberto por mato. Isso porque o imóvel está para alugar e o local, enquanto isso está abandonado. Durval Cândido Almeida, 54, conta que um dia desses o vizinho chegou a limpar a área porque teve a casa roubada. “Para acabar de completar, tem gente que ainda tem a cara de pau de jogar entulho”, diz Durval.

Na Marquês de Lavradio, também no Tiradentes, uma pilha de galhos de árvores obstruí a passagem na calçada, em um trecho que fica em frente à praça. “A cidade inteira está assim, quando não são os carros ocupando o lugar do pedestre, são os entulhos que a própria população coloca”, reclama a aposentada Sônia Machado, 62.

A aposentada diz que observa muito o sofrimento de quem precisa de um cuidado especial para caminhar. “Além da falta de piso tátil em alguns locais, os deficientes visuais e cadeirantes têm que andar na rua, porque na calçada é impossível”, lamenta.

A lei municipal nº 2909, diz que a limpeza e conservação dos terrenos particulares são de responsabilidade do proprietário, que são responsáveis também pela construção e manutenção das calçadas.

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