Atropelamento de gari que perdeu a perna segue sem investigação policial
Advogado entrou na causa para cobrar esclarecimentos na Justiça
Mesmo com vídeos, testemunhas e até identificação do suspeito, até agora não foi aberta investigação policial para apurar o atropelamento do gari Felipe da Silva Cerqueira, de 24 anos, que teve de amputar uma das pernas após ser atingido por um carro enquanto trabalhava na madrugada de 12 de março, no Bairro Carandá Bosque, em Campo Grande.
Depois de um mês, o advogado Vinicius Pizetta entrou no caso para cobrar explicações. Segundo ele, o que mais intriga é o fato de o condutor do automóvel, que estava embriagado, ter sido liberado para ir embora sem antes prestar esclarecimentos à polícia.
“Temos vídeos mostrando que ele foi segurado no local por algumas pessoas, mas o Corpo de Bombeiros que estava lá e poderia dar a prisão em flagrante, não fez isso. Mesmo embriagado o motorista foi embora enquanto o menino ficou lá se arrastando”, explica Vinícius.
Depois disso, apenas o boletim de ocorrência dos bombeiros e da polícia de trânsito foram registrados. Na Polícia Civil, que investiga os crimes, o atropelamento não chegou. “Isso tudo é muito estranho. O que aconteceu foi uma tentativa de homicídio e não foi aberto inquérito para apurar”, relata o advogado.
Na semana passada, Felipe recebeu alta da Santa Casa, onde está internado. Com a perna amputada na altura do joelho, o jovem já não consegue mais trabalhar e aguarda perícia do INSS. Era do trabalho dele que saia o sustento da mulher e da filha ainda bebÊ.
“Ele paga R$ 800 só de aluguel e tem filha pequena para sustentar. É um rapaz muito jovem, que começou a vida agora e já teve de passar por tudo isso”, completa.
O Campo Grande News entrou em contato com a Polícia Civil questionando sobre a abertura de investigação sobre o caso, mas até o fechamento desta matéria não recebeu retorno.