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Capital

Aulas começam com merenda, mas sem kits e uniformes a 100 mil alunos

Reportagem visitou três escolas municipais; uma delas, a Luiz Cavallon, incendiada no dia 26 de janeiro, está com carteiras acumuladas no pátio

Yarima Mecchi, Christiane Reis e Marcus Moura | 03/02/2017 16:36
Pátio da Escola Municipal Luiz Cavallon está cheio de carteiras e cadeiras entulhadas. (Foto: André Bittar)
Pátio da Escola Municipal Luiz Cavallon está cheio de carteiras e cadeiras entulhadas. (Foto: André Bittar)

O início do ano letivo da Reme (Rede Municipal de Ensino) é na segunda-feira (6) e os cerca de 107 mil estudantes não receberão uniforme e kit escolar, além de usarem mesas e cadeiras danificadas ou sucateadas. As únicas demandas garantidas pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) foram merenda e a limpeza das unidades.

Há pouco mais de um mês na pasta, a secretária municipal de Educação, Ilza de Souza, disse que começo está sendo difícil, mas que pretende resolver as pendências. Ela ressaltou que as 94 escolas e os 100 Ceinfs (Centros de Educação Infantil) estão passando por limpeza e já receberam a merenda para o início das aulas.

"Até segunda-feira, todas estarão limpas e prontas para receber os alunos. Quanto ao uniforme, eles podem usar do ano passado, já que foi entregue em agosto", ressaltou, lembrando do atraso do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em entregar os uniformes de 2016.

A secretária destacou que assumiu a secretaria com sucateamento de veículos para realizar os trabalhos administrativos, como a entrega de merenda nas escolas, sucateamento dos jogos de mesas e cadeiras usados pelos alunos, merenda vencida armazenada na Suali (Superintendência de Abastecimento Alimentar) e pouco material escolar em estoque.

"Nós estamos arrumando a frota e os diretores não precisam mais buscar a merenda na Suali, nossa marcenaria está arrumando alguns conjuntos escolares e já distribuímos merenda de qualidade em todas as unidades. O que tinha de material no estoque e a gente levou para as escolas", afirma.

Ela disse que, assim como está fazendo para a aquisição de kit escolar e de uniforme, pretende 'pegar uma carona' com outro município na ata de registro de preço para comprar mais mesas e cadeiras. De acordo com ela, não houve investimento nesses materiais.

"Nós ainda não recebemos a resposta sobre a ata de uniforme em São Paulo e de kit escolar do FNDE (Fundo Nacional de Educação), mas está encaminhando e agora vamos tentar uma carona também para aquisição de novos jogos de mesa e cadeira. Não sei precisar com qual cidade", disse.

Muros da escola Elizabel Maria Gomes Salles. (Foto: André Bittar)
Muros da escola Elizabel Maria Gomes Salles. (Foto: André Bittar)
Ainda na escola do Santa Luzia, na fachada faltam letras para compor o nome. (Foto: André Bittar)
Ainda na escola do Santa Luzia, na fachada faltam letras para compor o nome. (Foto: André Bittar)

Obras - Na Escola Municipal Luiz Cavallon, no Jardim Botafogo, a mesma que teve uma das salas incendidas no dia 26 de janeiro, há carteiras e cadeiras acumuladas no pátio, sob sol de chuva. A sala em questão ainda não recebeu pintura.

Pessoas que trabalham no local disseram que a falta de pintura não afetará o retorno às aulas. Mas, não disseram se ela será restaurada em tempo.

Vizinho da escola, o comerciante Heclécio Gomes, 49 anos, disse que está ansioso para o retorno dos alunos. “Em época de aula vendemos muito mais que nas férias”, diz.

Homem dedetizando Escola Licurgo de Oliveira Bastos. (Foto: André Bittar)
Homem dedetizando Escola Licurgo de Oliveira Bastos. (Foto: André Bittar)

Limpeza - O Campo Grande News também visitou as Escolas Licurgo de Oliveira Bastos, na Vila Nasser, e Professora Elizabel Maria Gomes Salles, no Santa Luzia, onde faltam letras no nome da escola. Em ambas há paredes pichadas, embora existam pessoas no local realizando a limpeza.

Na Licurgo de Oliveira Bastos, os trabalhadores estavam, inclusive, dedetizando o pátio. Vizinha da unidade escolar, Marcelina da Silva, 63 anos, lamenta a ocorrência das pichações. “Isso é coisa de vândalos que ficam destruindo”.

Outra escola que está com paredes pichadas é a Professora Elizabel Maria Gomes Salles, no Bairro Santa Luzia. Trabalhadores disseram que a equipe da prefeitura esteve semana passada no local para limpar e “dar uma geral para a volta às aulas”.

De acordo com a Semed já foram limpas 43 escolas e 56 Ceinfs, totalizando 97 unidades. A previsão de encerramento da limpeza é de 5/02/2017, desde que o tempo chuvoso não atrapalhe.

Pichações na fachada da escola da Vila Nasser. (André Bittar)
Pichações na fachada da escola da Vila Nasser. (André Bittar)

Outro lado – A Prefeitura de Campo Grande informou que os entulhos da escola que teve uma sala incendiada serão retirados esse fim de semana e que a sala onde houve a ocorrência está interditada, o que não influencia no restante da escola.

Sobre a Escola Licurgo de Oliveira Bastos, as paredes são pintadas pelo projeto de artes, mas como houve pichações, a escola vai aguardar o início das aulas para dar continuidade ao projeto e pintar novamente as paredes. 

Na Escola Professora Elizabel Maria Gomes Salles, as paredes internas já foram todas pintadas externas aguardam o tempo firmar para receber a pintura. Sobre o letreiro da escola na Vila Nasser, a Semed (Secretaria Muncipal de Educação), informou que a unidade escolar já conta com uma placa nova de identificação dentro da escola

Ainda segundo a secretaria, equipe de manutenção realiza varredura em todas as escolas e Ceinfs para realizar reparos. Neste primeiro momento a secretaria está priorizando as pequenas reformas. 

 

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