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Capital

Sem elevadores há 2 dias, moradores de prédio famoso têm de subir até 20 andares

Lugar tem enfrentado problemas de manutenção e briga com ex-sindica já virou processo judicial

Por Antonio Bispo | 06/07/2024 10:49


Apesar da ótima localização, moradores de dois blocos do Edifício Dona Neta, situado na Avenida Afonso Pena, entre as ruas 13 de maio e 14 de julho, estão passando por uma situação um tanto quanto cansativa. Os dois elevadores pararam de funcionar na quinta-feira (4), por conta de um problema na caixa d’água que causou um transbordamento nos poços, deixando os 20 andares com acesso somente pelas escadas.

Mas a confusão em um dos endereços mais tradicionais da cidade não é de hoje, recentemente a síndica foi expulsa e acusada de não se importar com segurança e manutenção do edifício

Moradores conversaram com o Campo Grande News e relataram que o problema dos elevadores tem causado diversos tipos de transtornos. É o que acontece com uma idosa de 67 anos que mora em andar alto, mas pediu para não ser identificada porque quem "denuncia e taxado como traidor por desvalorizar os imóveis".

Por ter chegado de viagem quando o problema já havia iniciado, para ela ficou impossível subir tantos lances de escada com malas. Por isso, precisou recorrer a uma amiga e ficar na casa dela até que o problema seja solucionado.

“Está atrapalhando todos nós. Tem gente que faz fisioterapia e está tendo que subir escada todo dia. Isso é um absurdo. Esse é um problema que vem da gestão anterior e causou tantos problemas para nós moradores”, disse indignada.

Elevador interditado na Galeria Dona Neta (Foto: Direto das Ruas)
Elevador interditado na Galeria Dona Neta (Foto: Direto das Ruas)

A reportagem conversou com a subsíndica do edifício, Aparecida Lourdes Fernandes da Silva, que contou que o problema começou na quinta-feira (4), quando uma equipe especializada estava realizando limpeza na caixa d’água e por conta de um problema na boia, ao invés do excesso de água ser jogado para o lado de fora, caiu para dentro do edifício, molhando os poços dos elevadores e causando a parada dos mesmos.

“Como está molhado não tem como arrumar, tem que esperar secar. O síndico comprou uma peça caríssima, mas deu um problema de novo na caixa d’água e, para não faltar água, está sendo ligada no automático. O técnico está hoje [sábado] a manhã inteira para fazer funcionar a boia na caixa d’água. Transbordou duas vezes. Quando estava pronto para liberar um elevador, houve o vazamento. Se colocar para funcionar vai dar curto circuito e ficar tudo mais caro”, disse.

Assim como todos os outros moradores, a subsíndica também disse que está sofrendo com os transtornos causados, uma vez que mora no 12º andar.

“Não esta sendo má vontade. Para eu subir também está difícil. A gente está batalhando e só será liberado na segunda-feira”, contou.

Escada que os moradores precisar subir e descer todos os dias desde quinta-feira (4) (Foto: Direto das Ruas)
Escada que os moradores precisar subir e descer todos os dias desde quinta-feira (4) (Foto: Direto das Ruas)

Em um áudio que o Campo Grande News teve acesso, um técnico relata que o problema foi causado pela caixa de energia ser antiga e não receber manutenção há pelo menos cinco anos. “A chave geral é muito antiga. Não tem nenhum disjuntor nessa parte que seja moderno”, disse o funcionário. A previsão é que o problema seja solucionado somente na segunda-feira (8).

Problema antigo

Para todos os moradores, o problema ocorrido agora é reflexo da má gestão da administração anterior, em que o caso foi parar na Justiça em março deste ano.

A antiga síndica, Cacilda Aparecida Silva Kimew, que ficou à frente da gestão por nove anos, está sendo acusada por um morador por deixar o prédio com dívida milionária.

Após perder o mandato em assembleia extraordinária, foi anexada ao processo a informação que a conta bancária do condomínio estava com apenas R$ 0,87. Já as contas dos blocos A e B a situação é ainda pior, com saldo negativo em R$ 17 mil.

Entre as dívidas, a maior é com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), cujo valor é de R$ 732 mil. Há, também, atrasos no pagamento de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo do Servidor) que soma R$ 178,2 mil.

Ao todo, a dívida ativa do condomínio é de R$ 1,3 milhão. Ainda conforme os autos do processo, esses são os valores que os moradores conseguiram reunir e confirmar que existem, podendo o valor ficar ainda mais alto.

Conforme Aparecida, que mora no edifício há dois anos, houve outra ocasião em que o elevador ficou sem funcionar por oito dias, quando a então síndica, Cacilda, alegava falta de peça na cidade para realizar a manutenção.

Ao ligar para a empresa responsável, foi informada que na verdade o problema estava ocorrendo por falta de pagamento de serviços anteriores.

“Ela mudou para outra empresa, porque não conseguia mais nada com a antiga. E com isso a dívida foi só aumentando”, disse.

Uma audiência de conciliação aconteceu na quinta-feira (4), mas Cacilda não compareceu e, por isso, não houve acordo. O caso segue na Justiça.

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