“Capital vive onda de furtos que paralisa obras e gera prejuízo”, diz secretário
Sede da Sisep foi alvo 7 vezes neste ano; viveiro municipal sofreu 12 invasões no mesmo período

O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande, Marcelo Miglioli, fez um alerta grave sobre a escalada de furtos em prédios públicos, cemitérios e obras em execução. “O que está acontecendo é um exagero”, desabafou.
RESUMO
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Campo Grande enfrenta onda de furtos em prédios públicos, cemitérios e obras, causando prejuízos financeiros e de imagem para a cidade. Além de fios e cabos elétricos, criminosos levam grelhas, ferramentas e até portas, obrigando a prefeitura a constantes reparos. O secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, afirma que só neste ano a secretaria sofreu sete invasões, com o viveiro municipal sendo alvo de criminosos doze vezes. Cemitérios também são alvos frequentes, com invasões rotineiras. Para combater a situação, a prefeitura pretende incluir o custo de segurança armada nos contratos de obras. Miglioli atribui a escalada dos furtos à facilidade de revenda dos materiais roubados e defende o combate aos pontos de comercialização. A Sisep trabalha na reposição de fios furtados em diversos pontos da cidade, incluindo a UPA Universitário e a Avenida Fábio Zahran. Casos recentes incluem furtos na Avenida Ernesto Geisel, Praça da Juventude, CCI Piratininga e outras obras públicas. Em maio, 42 postes ficaram sem energia após furto de fiação na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho.
Segundo ele, a cidade enfrenta uma rotina de crimes que vai muito além do furto de fios. “Temos muitos problemas de cabeamento e fiação elétrica sendo levados das ruas e das obras. Também furtam grelhas de bocas de lobo. Só este ano, a secretaria já sofreu sete invasões. Nosso viveiro de mudas foi invadido 12 vezes no mesmo período”, relatou.
O cenário é ainda mais crítico nos cemitérios municipais. “Lá, a invasão é rotina. Escalam muros, entram pelos telhados ou arrombam portas. Isso causa prejuízo direto ao patrimônio e ao serviço. Se roubam uma grelha, preciso repor, não posso deixar o buraco aberto. Se levam fiação, temos que trocar. E aí parece que o município não faz a zeladoria, mas estamos o tempo todo repondo o que foi levado”, disse.
Miglioli destacou que as perdas não são apenas financeiras, mas também de imagem. “Já tivemos obras em que a empresa instalou toda a fiação e, dias depois, tudo foi furtado. Isso gera desconforto para a população e nos coloca como se não estivéssemos cuidando da cidade.”
Diante do avanço dos crimes, a secretaria decidiu reforçar a proteção. “Determinei que vamos incluir nos contratos de obras o custo com guarda armada em todas as obras. Não dá mais para aguentar tanta depredação. Algumas conseguimos fechar, o que reduz o risco, mas praças, por exemplo, exigem vigilância permanente. A Praça dos Imigrantes é um caso: sem segurança, certamente terá problemas”, afirmou.

O secretário também atribui a escalada à facilidade de revenda dos materiais furtados. “A Guarda Municipal tem feito um bom trabalho, fechando pontos de comercialização. Mas só furtam porque alguém compra. O foco tem que ser diminuir esse comércio. É uma agenda que envolve segurança, infraestrutura, sociedade e também uma questão social”, reforçou.
No viveiro municipal, os criminosos chegaram a abrir o telhado para levar ferramentas e fios. “Não são grandes prejuízos de uma vez, mas a soma constante pesa. A cada ano, a situação piora. Este já foi pior que o passado, que, por sua vez, foi pior que o anterior”, concluiu Miglioli.
Segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), nesta sexta-feira (19), equipes trabalham na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, onde a fiação está sendo instalada de forma aérea, pois a fiação subterrânea é mais suscetível a furtos.
Na semana passada, houve reposição de fios furtados em dois trechos da Avenida Fábio Zahran, próximos ao Atacadão e à Praça do Preto Velho.

Outros casos recentes: Na Avenida Ernesto Geisel, servidores precisam atuar quase toda semana para repor fios furtados na região. Na via, diversos trechos receberam luminárias de LED solar, como forma de prevenção contra furtos e depredações.
Já na Praça da Juventude, em construção no Jardim Batistão, região do São Jorge da Lagoa, criminosos, há três meses, pularam o muro, furtaram fiação, quebraram vidros e levaram portas de banheiros e tomadas.
Outros casos recentes incluem furtos de portas no CCI Piratininga (Centro de Convivência do Idoso), durante a obra de reforma e ampliação, entregue em agosto, além de furtos de fios nas obras de reforma do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), do CRAS Guanandi (Centro de Referência de Assistência Social) e do CRAS Vila Gaúcha e furtos de material na obra da Lagoa Itatiaia.
Na época, três quilômetros foram prejudicados no sentido bairro-Centro e técnicos da Sisep estavam no local avaliando os danos.
Moradores relataram que o crime não era um caso isolado. Segundo o agente funerário Humberto de Oliveira, de 46 anos, morador do Jardim Bonança, a mesma pessoa estaria praticando os furtos há mais de dez dias. “Em minha casa há câmeras de segurança que o flagraram em ação, mas não dá para ver o rosto porque é de madrugada e está escuro”, contou.
O alto valor do cobre tem impulsionado a onda de furtos na cidade, transformando o metal em uma espécie de “ouro urbano” para criminosos.
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