Com aterro fechado, 20 mil toneladas de entulho estão espalhadas na cidade
Categoria fez protesto em frente a empresa privada e reclamam de descaso da prefeitura; Eles afirmam que 4 mil caçambas estão espalhadas pela cidade com 5 toneladas cada
Revoltados e reclamando de descaso por parte da Prefeitura de Campo Grande, 14 caçambeiros protestaram na manhã desta segunda-feira (26). Eles reclamam que 4 mil caçambas estão espalhadas pela cidade com 5 toneladas de entulho cada e não tem um local público para o descarte.
O presidente da associação dos caçambeiros, Arthur Fernandes, explica como o aterro de entulho, sem licença para funcionar, que era usado por eles no Jardim Noroeste foi interditado pela Justiça no dia 15 de dezembro os resíduos se acumulam pela cidade.
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De acordo com a lei federal 4.864 de 2010 a empresa que recebe o entulho tem de ter um contrato com quem produziu. Na tentativa de conseguir o acordo com a CGEA Tratamento de Resíduos, único local licenciado para receber entulhos da Capital, representantes foram a empresa. Eles tentaram negociar um preço mais baixo para a tonelada do entulho e a não exigência do contrato para despejar.
"Cada caçamba tem capacidade para 5 toneladas e a empresa cobra R$ 36 por tonelada, nós cobramos entre R$ 80 e R$ 120 o aluguel da caçamba. A prefeitura não ajuda a gente e a única alternativa nos deixa no prejuízo".
O presidente considera que a Prefeitura de Campo Grande está inerte e não colabora para resolver o problema da categoria. "Caso não tenhamos ajuda, a população pode esperar um reajuste de no minimo 100% no serviço. Tem o diesel, motoristas, gastos com caminhão. O que antes era cobrado R$ 100 pode ir para R$ 300", destacou.
O caçambeiro Anage dos Santos, de 59 anos, também reclamou dos descaso do poder público. "A prefeitura não faz nada para nos ajudar, mas se não tiramos o entulho a cidade vai virar um lixão. Onde vamos jogar esse entulho e esse resíduo?", indagou.
Empresa - O gerente da CGEA Tratamento de Resíduos, Ivan Garcia de Oliveira, na saída para Rochedo – a cerca de 20 km do centro da cidade, logo após o Conjunto José Abrão – destacou que a empresa não tem responsabilidade com os caçambeiros e precisa do contrato com quem produziu o entulho para fazer prestação de contas.
"A lei diz que temos que dar destinação correta e fazer isso com os geradores do resíduos. Eles só são os transportadores", ressaltou.
O gerente disse ainda que o preço cobrado pela tonelada do resíduo é calculado conforme os custos da manutenção dos serviços prestados pela empresa, tudo conforme as normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
"O preço varia de R$ 30 a R$ 40 a tonelada. Eles sabiam que o aterro que estavam usando poderia ser fechado a qualquer momento".
Oliveira disse que na tarde desta segunda-feira representantes da empresa vão se reunir com a categoria para mais uma vez explicar como funciona o serviço e as normas para aceitar os resíduos. "Vamos ver se chegamos a um acordo".