Com faturamento 70% menor, consórcio sugere "copiar" socorro adotado em capitais
Setor foi à justiça pedindo ajuda e agora aguarda medidas por parte da prefeitura
Transportando em média 20% da quantidade normal de passageiros, em razão das restrições impostas pela prefeitura de Campo Grande à circulação de pessoas, o Consórcio Guaicurus teve, em abril, queda de 70% no faturamento. Tentou na Justiça conseguir socorro financeiro, sem êxito.
Diante da negativa da Justiça, agora, segundo o diretor do consórcio, João Rezende, a expectativa é por medidas do próprio Município, entre as quais considera “exemplos” do que pode ser feito decisões tomadas em outras capitais.
Rezende citou São Paulo, onde o Estado “chamou para si” o prejuízo de negócios em risco e ainda de Curitiba (PR), sempre relacionada como inspiração para o modelo de transporte coletivo em Campo Grande. Lá, a Câmara de Vereadores aprovou em primeiro turno o projeto do Executivo prevendo socorro financeiro ao transporte coletivo da cidade.
Rezende diz que é preciso reconhecer, e dar tratamento ao transporte coletivo como “direito social, equiparado com saúde, educação e segurança”. Até agora isso não foi feito, comenta.
Recurso extra - Além dos exemplos das ajudas de outras cidades ao setor, o diretor do consórcio citou ainda fala recente do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o repasse de recursos extras aos estados e municípios, aprovado pelo Senado.
Guedes, ao falar do uso da verba, estimada em R$ 130 bilhões, disse que ela deve atender setores prioritários, e elencou nominalmente o transporte público.
Campo Grande tem previsão de receber R$ 148 milhões, em quatro parcelas.
Não dá - "Não há espaço fiscal para isso, mesmo com esse recurso extra. Esse dinheiro vem para tapar um rombo, ele não vai ficar sobrando em nossas contas, com certeza", afirmou o secretário de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian, sobre essa possibilidade, ao ser indagado.
Antes da crise provocada pela pandemia, o transporte coletivo carregava por dia 200 mil passageiros em Campo Grande. Vinte por cento, quantidade sendo transportada agora conforme o consórcio, são cerca de 20 mil pessoas.
O empresário João Rezende negou que, como há chegou a ser citado, haja intenção de paralisar os serviços. De acordo com ele, o consórcio aguarda medidas da prefeitura e avalia se tentará nova ida à Justiça.