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Capital

Com medo de blitz, motoristas de Uber somem e preço da corrida aumenta

Em horários de grande demanda, "preço dinâmico" entra em vigor e corrida pode ficar mais cara que a do táxi

Marcus Moura | 03/12/2016 10:40
Quem quiser pedir um carro da Uber sem ter que esperar, pode ter que pagar um pouco mais caro (Foto: Fernando Antunes)
Quem quiser pedir um carro da Uber sem ter que esperar, pode ter que pagar um pouco mais caro (Foto: Fernando Antunes)

A polêmica envolvendo a regulamentação do Uber em Campo Grande está deixando motoristas do aplicativo receosos em fazer corridas. Com menos motoristas nas ruas, o preço cobrado pelo serviço aumenta.

No chamado "preço dinâmico", a lei de oferta e procura define o valor a ser pago por uma viagem. Quando há mais usuários solicitando viagens do que motoristas disponíveis, o preço sobe.

Quando o movimento cai e a quantidade de passageiros é igual ou menor do que o de carros, a tarifa cai até o preço normal. Quando preço dinâmico está ativo, o Uber exibe uma mensagem sobre a mudança na tarifa.

O usuário pode aceitar a viagem mais cara ou esperar dois minutos para a mudança da tarifa. Também pode pedir para ser notificado quando o preço cair. Aceitando a corrida com valor mais alto, o aplicativo pede que o usuário digite a alteração para confirmar a aceitação.

Segundo o Uber, a alteração é para incentivar os motoristas a estarem disponíveis em horas de maior demanda. Em alguns casos, dependendo do nível que o multiplicador atingir, o preço de uma corrida chamada pelo aplicativo acaba sendo superior ao de um táxi.

No preço dinâmico, o aplicativo é quem decide por quanto o valor da corrida será multiplicado (Foto: Reprodução/Elson de Souza)
No preço dinâmico, o aplicativo é quem decide por quanto o valor da corrida será multiplicado (Foto: Reprodução/Elson de Souza)

Receosos - Segundo um motorista do Uber, que prefere não se identificar, os motoristas estão com receio de realizar corridas em Campo Grande após o Campo Grande News revelar, na quinta-feira (1º), uma ofensiva do município contra o serviço.

Na manhã de sexta-feira (2), o prefeito, Alcides Bernal (PP), confirmou que a prefeitura está fechando o cerco para conter as “caronas pagas”, consideradas por ele irregulares, e que não permitirá o transporte ilegal na Capital.

Segundo o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Elidio Pinheiro Filho, as ações serão educativas e não incluem multa. “É um movimento nacional que decidimos adotar aqui em Campo Grande”, justifica.

Visão da lei – Em Campo Grande, um projeto de lei para proibir o Uber tramita na Câmara Municipal desde outubro de 2015, proposto pelo vereador e candidato a prefeito Marcos Alex (PT). O argumento seria, justamente, a falta de regulamentação.

Desde o início do mês de novembro, além de cartão de crédito, motoristas da Uber estão aceitando dinheiro. Para entrar no carro, o passageiro paga R$ 2,5 e depois tem de desembolsar R$ 1,10 por km rodado e R$ 0,15 pelo minuto.

Próxima gestão - O prefeito eleito, Marquinos Trad (PSD), disse ao Campo Grande News que irá "acabar com o Uber até que haja critérios". O futuro prefeito lembrou que a operação do aplicativo de caronas pagas está judicializada em diversas capitais brasileiras.

“Não simpatizo do jeito que eles estão. O Uber entrou sem regularização, sem fiscalização e não sabemos quem são esses motoristas”, alertou. Segundo ele, a falta de regras pode incitar a criminalidade.

Sobre a regulamentação, o motorista entrevistado pelo Campo Grande News disse que é favorável à criação de normas e vê isso como uma forma de proteção tanto para a população, quanto para os motoristas.

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