Comissão de defesa à criança faz "via-sacra" em conselhos tutelares nesta sexta
Grupo foi criado após morte da menina de 2 anos e 7 meses, vitima de espancamento e estupro na Capital
Nesta sexta-feira (3), a Comissão Permanente da Criança e Adolescente, da Câmara dos Vereadores de Campo Grande, irá visitar os cinco conselhos tutelares da Capital. O objetivo é averiguar a situação orçamentária e estrutural dos locais. Após a inspeção, o grupo se reunirá com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) para compartilhar o parecer e pleitear mudanças.
A equipe foi criada após a rede de apoio à criança e adolescente perceber que houve falhas no atendimento e proteção da menina de 2 anos e 7 meses, morta por espancamento em 26 de janeiro deste ano, em Campo Grande. A mãe e o padrasto foram presos e vão responder por homicídio qualificado. O episódio chocou o País e ganhou repercussão nacional.
Conforme o primeiro laudo, havia hematomas graves que causaram lesões na coluna e pulmões da criança. Além disso, os exames também comprovaram que ela foi vítima de estupro.
De acordo com o presidente da comissão, Coronel Villasanti (União Brasil), a expectativa é que sejam criados mais três conselhos tutelares na Capital, completando oito em todas as regiões. O ideal é que exista um para cada 100 mil habitantes.
“É uma forma que achamos dessa casa auxiliar no atendimento das crianças e adolescentes. Posteriormente vamos nos reunir com o secretário de segurança, Antônio Carlos Videira, para ver o que pode ser feito para melhorar essa estrutura”, disse.
Audiência pública - No dia 7 de fevereiro, As Comissões de Segurança Pública e Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Campo Grande se prontificaram a ouvir relatos de pais sobre a condição de atendimento da rede de proteção às crianças e adolescentes, Afim de entender quais as falhas no serviço e melhorias que podem ser feitas.
Conselho Tutelar – Conforme publicado pelo Campo Grande News, o pai da menina, Jean Carlo Ocampos, esteve em dois momentos no Conselho Tutelar. A primeira, no começo de fevereiro, depois que registrou o primeiro boletim de ocorrência. Esperava que o conselho investigasse sua suspeita de violência doméstica. No conselho da região norte, a reportagem apurou que houve uma visita à residência em que ela morava com a mãe, o padrasto, um filho dele e um bebê do casal, e a informação foi de que não teria sido constatada irregularidade na casa.
A segunda, em maio, de novo pedindo que o conselho verificasse se não ocorria violência contra a filha. Mais uma vez, conforme informações repassadas no dia seguinte à morte, nada de incomum teria sido constatado. A partir dali, não houve mais interferência do Conselho Tutelar.
Jean relatou que buscou por ajuda diante das suspeitas de que a filha sofria violência no ambiente doméstico. Ela morava com a mãe e o padrasto, no dia da morte, descobriu que ela tinha um histórico de 30 passagens por postos de saúde e conselhos tutelares.