Consumo abusivo de álcool atinge 22% dos adultos na Capital
Avanço na ingestão de bebidas alcoólicas é apontado por pesquisa da UFMG, especialmente entre mulheres
Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) aponta aumento no consumo de álcool entre os brasileiros, com destaque para o público feminino, que passou de 7,7% para 15,2%. Em Campo Grande, os índices variaram ao longo dos últimos 17 anos, alcançando 22% em 2023, último ano com dados atualizados.
RESUMO
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Estudo da UFMG revela aumento no consumo de álcool entre brasileiros, com destaque para o público feminino. A pesquisa, baseada no Vigitel, mostra que o consumo entre mulheres subiu de 7,7% para 15,2%. Nacionalmente, o índice masculino variou de 25% para 27,3% entre 2006 e 2023. Em Campo Grande, o consumo oscilou nos últimos 17 anos, chegando a 22% em 2023. O levantamento considerou o consumo excessivo de álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa. O Vigitel, realizado pelo Ministério da Saúde, será expandido em 2025 para incluir cidades do interior de todo o país.
A pesquisa, publicada em julho deste ano na Revista Brasileira de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, utilizou como base o Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizado desde 2006 nas capitais brasileiras.
O levantamento entrevistou pessoas acima de 18 anos e considerou o consumo de álcool nos últimos 30 dias, ou seja, episódios recentes de ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Para as mulheres, a referência foi o consumo de quatro ou mais doses em uma mesma ocasião; para os homens, cinco ou mais doses. Pelas capitais, no entanto, os dados são apresentados de forma agrupada, sem distinção por sexo.
Campo Grande – Em 2006, o percentual de consumo de álcool entre os moradores era de 14,3% e, em 2023, fechou em 22%. Nesse intervalo, os números oscilaram: 17,5% em 2007, 16,4% em 2008 e 18,6% em 2009. Em 2010, o índice caiu para 16,9% e, em 2011, atingiu um dos pontos mais baixos, com 12,7%. A partir daí, voltou a crescer, registrando 18,4% em 2012 e 17,6% em 2013.
Nos anos seguintes, as variações se mantiveram próximas: 15,5% em 2014, 14,3% em 2015, subindo para 19,5% em 2016 e 19,4% em 2017. Em 2018, o percentual repetiu 19,5% e, em 2019, chegou a 19,9%. O maior patamar ocorreu em 2020, quando 24% dos adultos relataram episódios de consumo excessivo. Em 2021, houve recuo para 19,8% e, em 2023, o índice voltou a subir para 22%.
Em âmbito nacional, foi constatado aumento de 7,7% para 15,2% entre as mulheres brasileiras. O maior índice registrado ocorreu em 2020, quando o consumo chegou a 16%, passando para 12,7% em 2021. Entre os homens, o percentual variou pouco: de 25% em 2006 para 27,3% em 2023, com o maior índice registrado em 2009 (28,3%).
O estudo é definido como "transversal", pois retrata apenas um recorte do momento e, por isso, não permite estabelecer relações de causa e efeito. Além disso, a pesquisa apresenta algumas limitações importantes. Como os dados são baseados em informações fornecidas pelos próprios entrevistados, podem ocorrer distorções, já que nem sempre as pessoas relatam com precisão seus hábitos de consumo.
Outro ponto é que o estudo abrange apenas moradores das capitais que possuem telefone, o que deixa de fora parte da população brasileira.
Sobre o Vigitel – Realizado pelo Ministério da Saúde, o inquérito investiga temas como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso e obesidade, alimentação, prática de atividade física, autoavaliação do estado de saúde, prevenção de câncer de mama e colo do útero, morbidade referida e comportamento no trânsito.
O Vigitel 2025, conforme anunciado pela pasta, terá um marco importante: a ampliação do número de municípios pesquisados. Pela primeira vez, deixará de se limitar às capitais e passará a contemplar também cidades do interior de todas as unidades federativas do País.
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