Cúmulo do desleixo: fios colocam pedestres e motoristas em risco na Afonso Pena
Indignado com descaso e temendo acidentes, comerciante chamou reportagem para ver
Na expectativa que a troca de um novo poste instalado no cruzamento da Rua Terenos com a Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, iria acabar com os riscos de acidentes ali, o que o comerciante Pedro Holsbach, 53, viu, foi um perigo diferente surgir.
No último sábado (1º), equipe da concessionária de energia Energisa substituiu a estrutura antiga por uma nova, porque a anterior rachou próxima à base e entortou. Pedro não sabe o que causou o dano, mas ajudou a acionar a empresa para resolver.
Funcionários que fizeram a troca, prenderam e organizaram os fios de eletricidade, porém, ficaram ainda largados e amarrados com nó aqueles que transmitem conexões de internet e telefonia. Assim ficou durante todo o fim de semana.
A reportagem encontrou equipe de empresa de telefonia trabalhando para resolver isso apenas por volta das 9h30 desta segunda-feira (3).
"É superperigoso esse cruzamento, que também pode ser um retorno para a Afonso Pena. O trânsito é intenso, mas os motoristas estão tendo que ir mais devagar por conta dos fios soltos", relata o comerciante.
No cruzamento, passam muitos veículos que saem no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, inclusive vans, que são mais altas e podem encostar na fiação. O perigo maior é para os motociclistas, que ficam mais expostos e podem enroscar partes do corpo nos fios soltos.
Enquanto isso, sacolas plásticas amarradas nos fios servem de sinalização improvisada para avisar sobre os riscos.
A Energisa - A reportagem questionou se a Energisa notificou imediatamente as empresas de telefonia e internet para cuidaram da fiação que é de sua responsabilidade.
A assessoria de imprensa da concessionária respondeu que "as empresas de telefonia e internet foram informadas na ocasião para comparecerem e acompanharem a intervenção no local", o que não ocorreu.
"A concessionária vai notificar novamente as empresas, para realizarem a adequação dos fios soltos em 24 horas, já que usam o poste de forma compartilhada e são as detentoras dos ativos. Caso não sejam tomadas providências cabíveis no prazo estabelecido, devido a questões de segurança a concessionária fará a remoção dos ativos", concluiu em nota.
Resolução nacional - A Resolução Normativa nº 1.044/2022 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) traz regras para o compartilhamento dos postes e define a concessionária de Energisa como a responsável por fiscalizar o cumprimento, fixando que cabe a ela a notificação e retirada do que estiver irregular.
A Capital tem legislação em vigor para evitar que fios fiquem soltos pelas ruas. É a a Lei Complementar n° 348, de 2019, que prevê penalidade de R$ 500 para quem não solucionar o problema em até 150 dias. Entretanto, ainda falta regulamentação para que ela "saia do papel".
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