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Capital

Cúmulo do desleixo: fios colocam pedestres e motoristas em risco na Afonso Pena

Indignado com descaso e temendo acidentes, comerciante chamou reportagem para ver

Por Cassia Modena e Geniffer Valeriano | 03/06/2024 11:09


Na expectativa que a troca de um novo poste instalado no cruzamento da Rua Terenos com a Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, iria acabar com os riscos de acidentes ali, o que o comerciante Pedro Holsbach, 53, viu, foi um perigo diferente surgir.

No último sábado (1º), equipe da concessionária de energia Energisa substituiu a estrutura antiga por uma nova, porque a anterior rachou próxima à base e entortou. Pedro não sabe o que causou o dano, mas ajudou a acionar a empresa para resolver.

Funcionários que fizeram a troca, prenderam e organizaram os fios de eletricidade, porém, ficaram ainda largados e amarrados com nó aqueles que transmitem conexões de internet e telefonia. Assim ficou durante todo o fim de semana.

Como estava o poste da Avenida Afonso Pena antes de ser substituído (Fotos: Direto das Ruas)
Como estava o poste da Avenida Afonso Pena antes de ser substituído (Fotos: Direto das Ruas)

A reportagem encontrou equipe de empresa de telefonia trabalhando para resolver isso apenas por volta das 9h30 desta segunda-feira (3).

"É superperigoso esse cruzamento, que também pode ser um retorno para a Afonso Pena. O trânsito é intenso, mas os motoristas estão tendo que ir mais devagar por conta dos fios soltos", relata o comerciante.

No cruzamento, passam muitos veículos que saem no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, inclusive vans, que são mais altas e podem encostar na fiação. O perigo maior é para os motociclistas, que ficam mais expostos e podem enroscar partes do corpo nos fios soltos.

Emaranhado de fios e fiação solta e baixa em cruzamento, viraram problema após troca de poste (Foto: Marcos Maluf)
Emaranhado de fios e fiação solta e baixa em cruzamento, viraram problema após troca de poste (Foto: Marcos Maluf)

Enquanto isso, sacolas plásticas amarradas nos fios servem de sinalização improvisada para avisar sobre os riscos.

A Energisa - A reportagem questionou se a Energisa notificou imediatamente as empresas de telefonia e internet para cuidaram da fiação que é de sua responsabilidade.

A assessoria de imprensa da concessionária respondeu que "as empresas de telefonia e internet foram informadas na ocasião para comparecerem e acompanharem a intervenção no local", o que não ocorreu.

"A concessionária vai notificar novamente as empresas, para realizarem a adequação dos fios soltos em 24 horas, já que usam o poste de forma compartilhada e são as detentoras dos ativos. Caso não sejam tomadas providências cabíveis no prazo estabelecido, devido a questões de segurança a concessionária fará a remoção dos ativos", concluiu em nota.

Sacolas plásticas e cones são improviso para sinalizar perigo na Rua Terenos (Foto: Marcos Maluf)
Sacolas plásticas e cones são improviso para sinalizar perigo na Rua Terenos (Foto: Marcos Maluf)
Mais expostos, motociclistas correm mais riscos com fios soltos (Foto: Marcos Maluf)
Mais expostos, motociclistas correm mais riscos com fios soltos (Foto: Marcos Maluf)

Resolução nacional - A Resolução Normativa nº 1.044/2022 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) traz regras para o compartilhamento dos postes e define a concessionária de Energisa como a responsável por fiscalizar o cumprimento, fixando que cabe a ela a notificação e retirada do que estiver irregular.

A Capital tem legislação em vigor para evitar que fios fiquem soltos pelas ruas. É a a Lei Complementar n° 348, de 2019, que prevê penalidade de R$ 500 para quem não solucionar o problema em até 150 dias. Entretanto, ainda falta regulamentação para que ela "saia do papel".

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