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Capital

Disputa “predatória” e perda de R$ 76 milhões pressionam contrato de ônibus

Consórcio Guaicurus, que gera mais de 1.500 empregos diretos, informa atuar no limite das forças econômicas

Aline dos Santos | 27/06/2019 11:53
Em 2018, foram 14 milhões de viagens gratuitas de ônibus na Capital.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Em 2018, foram 14 milhões de viagens gratuitas de ônibus na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Consórcio Guaicurus aponta que o contrato 330/12, firmado com a prefeitura de Campo Grande e que regula o transporte coletivo, é pressionado por perdas de R$ 76 milhões em seis anos, concorrência “predatória” e a ausência de novos terminais e corredores para ônibus.

“O poder público não investiu em novos terminais, não criou corredor exclusivo, não tem fiscalizado aplicativos e tem aumentado o número de gratuidades. Neste cenário, o consórcio está requerendo ao poder público e à Justiça um aditivo ao contrato para corrigir esse desequilíbrio, que tem causado muitas dificuldades”, afirma o advogado André Borges, assessor jurídico do Consórcio Guaicurus.

Os problemas foram apresentados à Justiça num pedido de perícia e documentos também foram encaminhados pela empresa ao MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). 

No quesito obras, a implantação de quatro terminais – Cafezal, Tiradentes, Parati e São Francisco – resultaria, mesmo com a projeção de aumento de passageiros, numa redução de 12 ônibus, correspondendo a menos 55.079 quilômetros rodados por mês.

Já os 58 quilômetros de corredor exclusivo para ônibus, dotados com semáforos inteligentes e pontos de paradas a cada 400 metros, significariam ganho de 25% no tempo médio da viagem. A infraestrutura ainda não foi implantada.

Perdas – O contrato previa aumento anual do IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro). A projeção era índice de 1,5, mas o IPK atual é de 1,3. Em seis anos, de 2012 a 2018, a redução de passageiro foi de 9,7 milhões. No mesmo período, a perda financeira chegou a R$ 76,5 milhões, conforme dados de estudo de viabilidade econômica realizado em março pela Maxvalor Consultoria e Treinamento. 

"No momento, oficialmente, o consórcio pede aditivo no contrato ", afirma André Borges. (Foto: Liniker Ribeiro)
"No momento, oficialmente, o consórcio pede aditivo no contrato ", afirma André Borges. (Foto: Liniker Ribeiro)

O estudo traça hipóteses para a redução no número de passageiros: queda na velocidade média dos veículos, com aumento do tempo de viagem e reflexo na pontualidade; meios individuais de transporte (motos e aplicativos); e insegurança dos passageiros nos pontos e terminais.

Conforme Borges, o estudo técnico é preliminar e terá conferência da Agereg (Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos). “No momento, oficialmente, o consórcio pede aditivo no contrato de concessão, genericamente. Porque eventual desequilíbrio e até mesmo prejuízo serão apontados apenas no final”.

Predatória - O Consórcio Guaicurus, que gera mais de 1.500 empregos diretos, informa atuar no limite das forças econômicas. É citada concorrência predatória com transporte por aplicativos, que não oferecem gratuidade. Enquanto os ônibus contabilizaram 14 milhões de viagens gratuitas em 2018. Por dia, o total de passageiros é de 200 mil.

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