ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  24    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Efeitos da dengue podem ser sentidos até um ano após tratamento

Helton Verão | 26/01/2013 10:14
Dona Tânia sentiu coçeiras até oito meses depois (Foto: Rodrigo Pazinato)
Dona Tânia sentiu coçeiras até oito meses depois (Foto: Rodrigo Pazinato)

O tratamento da dengue dura aproximadamente uma semana. Neste período, o paciente sente, entre outras coisas, dores pelo corpo, calafrios e tem febre. O que pouca gente sabe é que os efeitos da doença podem sem ser sentidos por até um ano. 

E este é mais um motivo para que todo mundo fique alerta e faça sua parte no combate à proliferação do aedes aegypt, mosquito transmissor da dengue. Em Campo Grande já são mais de 13 mil casos notificados da doença, que pode deixar os pacientes 'de cama', e, nos casos mais graves, internados, e até matar.

A reação à doença varia em cada pessoa. No caso de Tânia Marinho, as sequelas permaneceram por pelo menos oito meses. “Fiquei com muita coceira nos pés e nas mãos, não conseguia me alimentar direito, com diarréia e ânsia, fora o gosto ruim na boca”, revela a funcionárias de serviços gerais.

Dona Tânia já teve dengue duas vezes, a primeira cinco anos atrás, mas segundo ela, foi fraco. Na segunda vez, em 2011, ela perdeu 12 quilos.

Em uma empresa de engenharia, duas funcionárias ao mesmo tempo foram alvo dos mosquito na última semana. A primeira, a secretária Roseana Campos, de 25 anos, relata que estava tudo bem, sem nenhum sintoma, até que acordou muito mal no dia seguinte. “Acordei com muita dor no corpo, cabeça, com febre, vômito, foram cinco dias muito abatida. Sinto alguns efeitos até hoje, como dor de cabeça e no corpo”, descreve Roseana.

Adriana já teve dengue três vezes, a primeira foi a vez em que ficou mais debilitada (Foto: Rodrigo Pazinato)
Adriana já teve dengue três vezes, a primeira foi a vez em que ficou mais debilitada (Foto: Rodrigo Pazinato)

Adriana Laranja, responsável pelo departamento financeiro da empresa, pela terceira vez foi pega pelo aedes aegypti, e ainda hoje sente gosto amargo no paladar. “Dessa vez não foi tão forte quanto as outras, até não pensei que fosse dengue, por não estar com dor de cabeça e manchas pelo corpo, fui ao médico apenas para ver sobre dores no corpo. E foi constatada a possibilidade da dengue”, conta Adriana.

O médico sanitarista e secretário adjunto da Secretária Estadual de Saúde, Eugênio Barros, alerta que algumas sequelas podem permanecer após tratamento. “O tempo para tratamento é de sete dias, as sequelas poderão ser sentidas de seis meses até um ano depois” .

Mudança na rotina – Todas as entrevistadas dizem ter mudado sua rotina após ter contraído o vírus. O espírito é de conscientização. “Pude sentir na pele, antes via na TV, sempre acontecendo com várias pessoas. Agora tenho receio de qualquer acúmulo de água”, previne a secretária Roseana.

“Qualquer local que vou, vejo fico com receio de haver o foco ali. Já cuidava muito em minha residência, agora cuido muito mais”, explica dona Tânia Marinho.

 Na Capital já são 13 mil casos notificados. O município decretou estado de emergência por conta da epidemia.

Conforme o levantamento, 93,05% dos focos do mosquito foram encontrados nas residências e apenas 6,95% nos terrenos baldios. Ainda conforme informações da administração municipal, oito mil quarteirões foram borrifados e 805 caminhões retirados com lixo e entulhos nas ações de combate à dengue.

Cerca de 500 agentes comunitários são destacados no trabalho de combate, recolhimento de entulhos e orientação à população.

Nos siga no Google Notícias