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Capital

Em 5 dias, Campo Grande tem 10 mortes por covid-19, 1 a cada 12h

Depois de 25 dias sem registros de óbitos de pessoas infectadas na cidade, aumento foi de 125%

Marta Ferreira | 03/07/2020 12:26
Mapa de Campo Grande pintado vermelho com a incidência de casos de contágio pelo novo coronavírus. (Foto: Reprodução do site da Secretaria de Saúde)
Mapa de Campo Grande pintado vermelho com a incidência de casos de contágio pelo novo coronavírus. (Foto: Reprodução do site da Secretaria de Saúde)

Campo Grande levou 34 dias desde o primeiro registro de caso positivo de covid-19 para ter óbito em virtude da doença, mas em menos de uma semana, mais que dobrou o número de vítimas na conta da pandemia. Eram 8 casos até o dia 4 de junho.  Agora já são 18, 125% de aumento.

São dez mortes em apenas cinco dias. A cada 12 horas, uma família moradora em Campo Grande sente o pior lado da crise sanitária mundial.

A cidade teve o primeiro contágio da doença confirmado em 9 de março. A data da primeira morte por covid-19 foi 12 de abril. Depois, houve mais uma morte em abril e outras 5 no mês de maio. 

Virada negativa - E junho, a situação parecia "tranquila", se é que se pode usar esse termo no atual contexto. Houve uma morte no dia 4 atribuída à doença e o mês se encaminhava para fechar sem novos registros.

Do dia 29 para cá, porém, a escalada de testes positivos resultou no que as autoridades de saúde sempre alertaram: aumento de pessoas mortas em decorrência dos efeitos do vírus Sars-Cov-2.

O mapa de acompanhamento dos casos, feito pela equipe da prefeitura de Campo Grande, mostra que a cidade está "pintada de vermelho", com as confirmações de infecção espalhadas por todas as regiões.

Contaminados - O dado mais recente divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde indica que, nas ultimas 24 horas, a Capital de longe a cidade campeã em confirmações. Foram 133, enquanto Dourados, até poucos dias o epicentro da pandemia no Estado, teve 58.

Desde o começo da notificação, em 9 de março conforme os dados oficiais, a contabilização indica 2.812 campo-grandenses atingidos pelo coronavírus.

Isso significa um terço de todos os casos positivos de Mato Grosso do Sul. Considerando o número de óbitos, a Capital responde por 18%. O maior percentual ainda é de Dourados, com 31 casos fatais, o equivalente a 28%.

Casal usando máscara de proteção no Centro de Campo Grande: essa ainda é uma das maiores recomendações para evitar a doença. (Foto: Henrique Kawaminami)
Casal usando máscara de proteção no Centro de Campo Grande: essa ainda é uma das maiores recomendações para evitar a doença. (Foto: Henrique Kawaminami)

Haverá lockdown ? - Apesar dos números em alta, a prefeitura de Campo Grande não fala em adotar medidas mais restritivas de circulação, consideradas as mais eficientes contra a propagação da doença por quem pesquisa o assunto.  O toque de recolher segue às 23 horas e o uso de máscara obrigatório nas ruas, ainda que não esteja havendo aplicação de multa, que é prevista em lei.

A reportagem indagou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) sobre adoção do lockdown pelo menos duas vezes nesta semana e ele disse não ver necessidade no ponto em que a cidade está.

Desde o início da pandemia, tem sido dito que o limite para algo do tipo é quando a lotação dos hospitais atingir 70% das vagas em geral. Hoje, conforme o secretário José Mauro Pinto, Campo Grande tem ocupação de leitos abaixo dos 40%.

No boletim estadual, a macrorregião de Campo Grande aparece com ocupação de leitos de 69%, considerando aqueles dedicados especificamente para tratamentos de pacientes infectados pelo novo coronavírus. José Mauro afirma que esse dado considera uma região integrada por 34 cidades, entre elas Aquidauana, Coxim, Chapadão do Sul, onde há hospitais com um pouco mais de estrutura, em se tratando de interior.

De acordo com ele, Campo Grande ainda não precisou acionar, por exemplo, os leitos contratados com a rede privada. São 37, informou, na Clínica Campo Grande, Hospital El Kadri e Proncor.


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