Em MS, homens negros são os que mais morrem por armas de fogo
Negros têm três vezes mais chances de morrerem por disparos de armas de fogo do que os brancos
Homens negros têm três vezes mais chance de morrerem por arma de fogo do que os brancos e representam 79% dos homicídios ocorridos entre as décadas de 2012 e 2022. A exemplo do resto do país, em Mato Grosso do Sul, eles também são os principais alvos de mortes violentas em comparação aos brancos.
RESUMO
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Um relatório do Instituto Sou da Paz revela que homens negros têm três vezes mais chances de morrer por armas de fogo em comparação aos brancos, representando 79% dos homicídios entre 2012 e 2022. A análise destaca a urgência de políticas públicas para reduzir homicídios e proteger populações vulneráveis. Entre 2012 e 2022, 417 mil homens foram mortos por armas de fogo no Brasil, com uma taxa de homicídios masculinos de 32,2 por 100 mil homens em 2022. A pesquisa também aponta que jovens adultos de 20 a 29 anos são 43% das vítimas, e a região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios masculinos por armas, com 57,9 mortes por 100 mil homens. A relação entre o aumento da circulação de armas e o crescimento dos homicídios ainda carece de comprovação conclusiva, mas estudos indicam um nexo causal entre a disponibilidade de armas e o aumento da violência letal.
Os números fazem parte da terceira edição da análise Violência Armada e Racismo, do Instituto Sou da Paz, divulgados nesta quarta-feira, 20 de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra.
O relatório prioriza a análise do perfil masculino e explora os contextos e as dinâmicas dessas ocorrências, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas direcionadas à redução e prevenção dos homicídios assim como à proteção do público vulnerável à violência armada.
De 2012 a 2022, 417 mil homens foram mortos por armas de fogo no Brasil, o que representa média de 37,9 mil mortes por ano. Em 2022, a taxa de homicídios masculinos por armas foi de 32,2 mil por 100 mil homens.
Entre os estados, Amapá e Bahia lideram as taxas de homicídios por arma de fogo entre homens, assim como suas capitais.
Mato Grosso do Sul está em 23º no ranking da taxa de homicídios masculinos, com taxa média de 20,0 por 100 mil homens. Se a análise levar em conta as vítimas negras, eles são maioria, 23,7 por 100 mil habitantes, enquanto os brancos representam 15,3 por 100 mil homens.
Pela pesquisa, Campo Grande aparece em 21º no ranking dos homicídios masculinos por arma de fogo, com taxa de 23,7 por 100 mil homens. Novamente, o índice de assassinatos dos negros é superior ao dos homens brancos, sendo 31,4 e 14,6 por 100 mil.
O Campo Grande News noticiou vários casos de violência envolvendo homens negros como vítimas. Um deles, de julho deste ano, a morte aconteceu dentro de casa, quando o rapaz de 24 anos foi atingido com oito tiros.
Nacional – Segundo a pesquisa, jovens adultos de 20 a 29 anos representam 43% das vítimas de homicídios por armas de fogo. Do total, 50% dos homicídios de homens por arma de fogo ocorrem nas ruas e, 11%, em residências.
A região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios masculinos por armas de fogo no ano de 2022, com 48% do total, e apresenta a maior taxa de homicídios armados, com 57,9 mortes por 100 mil homens. No Centro-Oeste, o Mato Grosso exibe a maior taxa (34,9), enquanto o Distrito Federal, com 14,1, o menor resultado.
“Embora a relação direta entre o aumento recente da circulação de armas e o crescimento dos homicídios no Brasil ainda careça de uma comprovação conclusiva, há um conjunto significativo de estudos que verificam um nexo causal entre a maior disponibilidade de armas e o aumento da violência letal. Estudos nacionais têm comprovado que para cada 1% de aumento no número de armas em circulação é observado um aumento de 2% nas taxas de homicídio”.
Foram utilizados os microdados disponíveis na plataforma Datasus, que congrega os sistemas de informações geridos pelo Ministério da Saúde. A análise dos homicídios está centrada no período de 2012 a 2022 (SIM) e a análise dos casos de violência não letal cobre o período de 2012 a 2023 (Sinan).
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