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Capital

Em protesto por causa de vaga, catadores ameaçam invadir aterro

Paula Vitorino e Mariana Lopes | 07/01/2013 12:54
Trabalhadores reclamam de improviso e falta de material na Usina. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Trabalhadores reclamam de improviso e falta de material na Usina. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Grupo de ex-catadores de lixo, que estão sem trabalhar desde o fechamento do lixão no último dia 18, protestou em frente ao aterro sanitário nesta manhã. O movimento ganhou o reforço de trabalhadores da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos), que reclamam da falta de materiais e da situação de improviso da Usina.

Os manifestantes reclamam que não há mais vagas para trabalhar na UTR, alegando que grupo de 90 ex-catadores ainda aguarda uma vaga. Já os trabalhadores da Usina dizem que não existe material reciclável suficiente nem para os 140 cooperados que já existem.

Diante do impasse, os manifestantes ameaçam invadir o lixão nesta quarta-feira (9). “Vai vir os trabalhadores da outra cooperativa também e não tem mais espaço. Já tentamos conversar com a prefeitura três vezes e não tivemos resposta. Vamos invadir o lixão na quarta”, diz Marcio de Lima Gomes, 34 anos.

O ex-catador Thiago Bastos Dainelli, 28 anos, define que os trabalhadores estão num “barco à deriva” e lembra que está sem trabalho desde o fechamento do lixão.

A decisão sobre a entrada de novos cooperados é dos atuais membros da cooperativa, que informaram que irão realizar assembleia para tratar do assunto. A coordenadora da cooperativa, Edna Chaves, diz que o grupo quer “encontrar uma solução”, mas que o maior problema dos trabalhadores é a falta de material, que não é suficiente para todos.

Ela reclama que o volume de material reciclado que a Usina recebe não é o suficiente para gerar renda igual a que os trabalhadores conseguiam catando lixo.

“Conseguíamos cerca de R$ 1.500 mil e acredito que não vai dar nem R$ 300 nesse primeiro mês”, diz.

Mas ela admite que ainda é cedo para fazer previsões concretas sobre o rendimento mensal do grupo, já que o trabalho na UTR foi iniciado a partir do dia 21. “Estamos nos organizando ainda, mas mesmo depois, não vai ter material suficiente”, diz.

A preocupação também é com o pagamento da primeira parcela do vale de R$ 400 que os trabalhadores receberam da Solurb para passar o Natal e Ano Novo. O valor foi dividido em quatro parcelas.

O encarregado operacional da Solurb, Gustavo Pitaluga, disse que a Capital conta com seis setores de coleta seletiva, o que representa volume de 7 toneladas de material por dia.

A partir de 1º de fevereiro, a UTR localizada no Dom Antônio Barbosa vai receber também os cooperados que estavam em espaço improvisado na Cidade dos Ônibus. Com isso, serão 290 cooperados trabalhando no local.

Gustavo afirma que a partir da mesma data a cidade terá um ponto a mais de coleta, pretendente elevar para cerca de 10 milhões de toneladas de materiais reciclados coletados por dia.

Como a estrutura física e alguns materiais da UTR ainda não estão prontos, os trabalhadores ficam em barraco improvisado, com materiais cedidos por empresa. A previsão de término da Usina, que é de responsabilidade da Prefeitura, é para agosto. Por isso, a Solurb se comprometeu a construir outro barracão improvisado no início de fevereiro para abrigar os trabalhadores.

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