Em um hospital, Vitória conhece Jhully e tem a sua melhor noite de Natal
Adolescente de 17 anos foi uma das pacientes que passou a noite no hospital
A ceia de Natal de Vitória Campos Gomes, 17 anos, teve uma convidada especial, alguém que a adolescente viu pela primeira vez neste domingo (dia 24) em um quarto de hospital, embora as duas tenham uma relação simbiótica há nove meses. O encontro foi ótimo, na avaliação de Vitória, que não cabe em si de felicidade – qualquer sensação da presença de Jhully é suficiente para a adolescente inundar-se de alegria.
Jhully veio ao mundo às 18h21 da véspera de Natal e, minutos depois, já estava nos braços de Vitória. É tudo inédito para as duas: Jhully foi apresenta a um lugar totalmente desconhecido e Vitória, à maternidade.
A jovem mãe está entre os que passaram a noite em lugar muito diverso ao do ambiente de festa, música alta, dança, muita comida, características de comemorações natalinas. A adolescente, que se tornou mãe, virou a noite de Natal em um hospital, especificamente na Santa Casa de Campo Grande.
O hospital não consegue precisar quantas pessoas passaram a noite do dia 24 no local, mas informou números que indicam que essa quantidade seria acentuada. De domingo à manhã desta segunda-feira (às 10h20min), foram atendidos 259 pacientes, que têm a companhia de pelo menos uma pessoa. Parte delas viraram a noite de Natal no hospital.
Além disso, há outros pacientes já internados e alguns de seus acompanhantes. Eles aumentam o universo dos que tiveram uma noite natalina no hospital.
Trocar comilância, música, festa pelo ambiente de hospital não teve nenhum problema para Vitória. Ao contrário: ela achou muito bom. “Tive uma noite ótima, tudo correu sem problemas, a Jhully está bem...”, listou a adolescente, olhando para a filha.
Na “festa natalina” da Vitória, não havia apenas a Jhully. Rosemeire Caçal, 43 anos, também foi convidada. Rosemeire é tia de Vitória na relação parentesca, mas no cotidiano, ela é, de fato, mãe da adolescente. “Eu a criei como filha”, disse.
Vitória precisou segurar a ansiedade para conhecer Jhully. Chegou ao hospital às 5h40 e só deu à luz a filha às 18h21. Nessas horas, contou com os cuidados da “tia-mãe”. “Eles [as pessoas do hospital] acharam que ela tinha tudo para parto normal. Por isso demorou”, explica.
As três – Vitória, Jhully e Rosemeire – tiveram sua ceia, simples, mas tiveram. “As enfermeiras dividiram a ceia delas com a gente. Foi bom”, disse Vitória. Apenas Jhully, por motivos óbvios, não pode cear.