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Capital

Empresa de monitoramento de MG vende serviço usando a PM na Capital

Disparo de alarme acidental aciona equipes da segurança pública para realizar serviço particular

Por Gabriela Couto | 06/03/2025 16:57
Empresa de monitoramento de MG vende serviço usando a PM na Capital
Câmera de monitoramento que faz parte do kit vendido pela Emive Segurança Eletrônica (Foto: Divulgação)

Além de todos os pedidos de socorro vindos de pessoas vítimas da violência, policiais militares de Campo Grande agora "são obrigados" a fazer a segurança patrimonial de residências monitoradas por empresas privadas. É que o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) tem recebido chamados diários para o envio de viaturas a imóveis onde houve disparo de alarmes, a maioria deles, são da Emive Segurança Eletrônica.

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Empresa de monitoramento eletrônico sediada em Belo Horizonte está sendo acusada de usar indevidamente os serviços da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. A Emive Segurança Eletrônica, que não possui sede em Campo Grande, tem acionado diretamente o 190 em casos de disparos de alarme, gerando cerca de 800 chamadas nos últimos seis meses. Policiais denunciam que a empresa alega falsamente ter convênio com a PM e não possui equipe própria para verificação preliminar de ocorrências na capital. Clientes pagam mensalidade de aproximadamente R$ 300 pelo serviço. O comando da PMMS está ciente da situação e, segundo a comandante do Copom, os franqueados já foram orientados. A empresa não possui registro na Polícia Federal, conforme consulta ao CNPJ 02.059.753/0002-89.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, nos últimos seis meses, foram cerca de 800 ligações da Emive o número de emergência da PM. São em média 4 chamados por dia.

Com sede em Belo Horizonte (MG), a empresa possui vendedores franqueados em Mato Grosso do Sul, que revendem o serviço de monitoramento de segurança. No entanto, nas situações de disparo de alarme, a central mineira aciona imediatamente o 190 da Capital.

“Essa verificação sumária, onde ainda não se constatou o ilícito ou crime, é de responsabilidade da contratante. Uma vez constatado o ilícito, como um arrombamento, uma invasão, furto. Aí sim caberia o acionamento da polícia para os procedimentos de praxe. Porém, não é isso que acontece”, lamenta um policial militar, que pediu para ter a identidade preservada.

Outro servidor da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirma que a situação é revoltante. “Eles ligam imediatamente para a PM após o alarme ser disparado, justamente por não terem equipes que realizam essa verificação aqui na cidade. E, o mais grave, é que clientes que compraram o referido monitoramento já relataram que, ao venderem o produto, dizem ter convênio com a PM, o que é mentira”.

A reportagem conversou com alguns clientes atendidos por policiais de plantão, que confirmaram o acionamento remoto da polícia pela central telefônica. “Eles têm uma franquia de monitoramento e pagamos caro. No contrato, diz que, se não atendermos o telefone no momento do alarme, eles ligam automaticamente para a polícia. Em algumas situações, isso aconteceu na minha empresa”, disse o dono de uma barbearia, que pediu para se identificar somente como Cleiton. Ele afirma que paga R$ 300 de mensalidade pelo serviço.

Comandante do Copom, a tenente-coronel Jucilene Sales Ortale confirma a situação e diz que a empresa já foi comunicada que a situação de mau uso da força policial. “É necessário que haja um responsável deles na cidade. Na grande maioria das vezes em que a viatura se deslocava, era acidentalmente. Tivemos uma redução de chamadas por disparo de alarme após mudarmos o sistema do Ciops para o Copom. Mas, quando ainda ocorrem, atuamos no âmbito da orientação”.

A reportagem entrou em contato com o responsável pela franquia na Capital, Luan Delamare. Por WhatsApp ele informou que a rede de franquias da Emive Segurança Eletrônica tem “presença significativa em todo o Brasil e orgulho de servir mais de 150 mil clientes”. “É importante destacar que, em nossas experiências passadas, ficamos cientes de que denúncias anônimas podem surgir, geralmente motivadas por concorrentes que se sentem ameaçados pelo nosso crescimento na região”, completou.

Orientação – Em caso de dúvida sobre os serviços das empresas de segurança, a Polícia Federal orienta a realização de uma pesquisa sobre a regularidade da empresa no site do governo federal.

Basta acessar o item "Consulta de Empresas de Segurança Privada e Declaração Processual" e digitar o número do CNPJ da empresa para verificar a situação cadastral. O CNPJ da Emive Segurança Eletrônica, 02.059.753/0002-89, não possui registro.

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