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"Sofremos sem adeus", diz família ao receber corpo com larvas para velório

Bruno morreu esmagado por um caminhão, mas foi velado com caixão lacrado devido ao estado de decomposição

Por Kamila Alcântara e Bruna Marques | 06/03/2025 17:21
"Sofremos sem adeus", diz família ao receber corpo com larvas para velório
Véiculo da Perícia Científica no local do acidente (Foto: Reprodução TV Sul-mato-grossense)

Os familiares do mecânico Bruno Lopes de Freitas, 33 anos, denunciam negligência no processo pericial após sua morte em um acidente de trabalho. Segundo eles, o corpo estava em decomposição e com larvas quando foi entregue para o velório, impossibilitando uma despedida digna.

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Os familiares de Bruno Lopes de Freitas, mecânico de 33 anos, denunciam negligência após receberem seu corpo em decomposição e com larvas para o velório, impossibilitando uma despedida digna. Bruno morreu em um acidente de trabalho em Sidrolândia, MS, e seu corpo foi levado para o Imol em Campo Grande, onde permaneceu até ser retirado pela funerária. A família alega que o corpo não foi refrigerado adequadamente. O Imol afirma que o corpo esteve em câmara fria e não se responsabiliza pelo preparo para o velório. O caso gerou revolta e sofrimento entre os familiares.

Morador de Sidrolândia, município a 71 km de Campo Grande, Bruno morreu por volta das 16h de segunda-feira (3), no pátio da empresa onde trabalhava. A equipe da Perícia chegou ao local por volta das 20h e, após os trâmites policiais, o corpo foi levado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) da Capital depois das 22h.

Somente no fim da tarde do dia seguinte, a funerária retirou o corpo do instituto. Segundo a família, ele já estava em avançado estado de decomposição, com larvas visíveis. Nem a pequena janela de vidro do caixão pôde ser aberta.

“Meu irmão deveria ter sido refrigerado, assim ele não teria sido exposto às moscas. Mas ficou do jeito que saiu daqui, no saco preto. Quando a funerária trouxe, já estava assim, inchado. Ele foi enterrado nu, no saco preto. Minha cunhada ainda teve que ver essa situação. A nós coube apenas sofrer sem o último adeus”, desabafa a podóloga Franciane do Nascimento, 29 anos, irmã de Bruno.

Para ela, o sofrimento da família foi ainda maior diante das condições em que o corpo foi entregue. “Ele morreu trabalhando, merecia ao menos dignidade na despedida. A única explicação para isso é a falta de profissionais durante o Carnaval”, afirma.

"Sofremos sem adeus", diz família ao receber corpo com larvas para velório
A câmara fria onde ficam os corpos armazenados no Imol (Foto: Arquivo Campo Grande News/Marina Pacheco)

Em nota enviada ao Campo Grande News, o Imol informou que Bruno permaneceu na câmara fria durante todo o período de espera e alegou não ser responsável pelo preparo do corpo para o velório.

"A presença de eventuais larvas, se verdadeira essa informação, pode ter ocorrido antes da entrada no Imol ou após sua liberação, já que o corpo foi armazenado em câmara fria até a realização da necropsia. O Imol lamenta o ocorrido, mas não teria razão ou sentido algum para supostamente inocular ou facilitar o aparecimento de larvas em cadáveres", diz o comunicado.

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