Justiça proíbe mãe de se aproximar de criança que era amarrada e agredida
Criança tinha sinais evidentes de desnutrição e foi levada ao hospital pela própria mãe na segunda-feira
A mãe suspeita de amarrar e agredir o filho de três anos com um cano foi presa. Ela também está proibida de se aproximar da criança. Os fatos foram registrados na cidade de Anastácio, distante cerca de 122 quilômetros de Campo Grande, na segunda-feira (3). Com sinais evidentes de desnutrição, desidratação e lesões pelo corpo, o menino foi encaminhado para uma unidade de saúde da Capital.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Uma mãe foi presa em Anastácio, a 122 km de Campo Grande (MS), por suspeita de amarrar e agredir o filho de três anos com um cano. A criança apresentava sinais de desnutrição, desidratação e lesões por todo o corpo, incluindo cabeça, queixo, braços e abdome. A delegada Isabelle Sentinello determinou a prisão por maus-tratos qualificado e solicitou medida protetiva para impedir que a mulher se aproxime do filho. O caso veio à tona quando a própria mãe levou a criança a uma unidade de saúde. Inicialmente, ela culpou a tia do menino pelas agressões, alegando que esta o amarrava com cadarço e o agredia com um cano quando pedia comida. A avó paterna, que abrigava mãe e neto há cinco meses, admitiu presenciar as agressões mas não interferir. Vizinhos relataram ter feito várias denúncias ao Conselho Tutelar, afirmando que a família trancava a casa quando suspeitava de visitas do órgão.
A delegada Isabelle Sentinello explicou que após ouvir testemunhas, na segunda-feira, data em que a criança foi levada ao hospital pela própria mãe, decidiu por determinar a prisão pelo crime de maus-tratos qualificado. Diante da gravidade da situação, a Polícia Civil também pediu medida protetiva para que a mulher não se aproxime do filho.
A justiça decidiu por determinar que a criança fique em uma unidade de acolhimento do município. "Também proibição da mãe ou de qualquer familiar visitar a criança", disse a delegada. "Além disso, vamos apurar se outras pessoas foram negligentes nos cuidados com a criança", concluiu.
O menino está acompanhado de assistente social em hospital de Campo Grande, onde recebe os cuidados necessários.
Entenda - Na segunda-feira (3), por volta das 20 horas, a própria mãe deu entrada na unidade de saúde de Anastácio. Ao atender a criança, equipe médica percebeu lesões pela cabeça, no queixo, braços e por toda a região do abdome. Além disso, a criança estava desnutrida e desidratada.
Por conta da situação, o Conselho Tutelar foi acionado e, posteriormente, a Polícia Militar. Ao conversar com a mãe, a mesma alegou que estava em uma fazenda e deixou o filho com a avó paterna. A PM, então, foi até o imóvel da avó e também a questionou. A mulher negou as agressões, afirmando que quem as cometia era a própria mãe.
Diante das contradições, três pessoas, mãe, avó e tia da criança acabaram conduzidas para a delegacia, onde prestaram esclarecimentos. Lá, a avó contou que nora e neto estavam morando com ela há cerca de cinco meses. Também relatou que presenciava a mãe batendo na criança, mas não se metia na "educação". A mulher afirmou, ainda, que já havia orientado a levar o menino no médico.
Na delegacia, a mãe mudou a versão, afirmando que a irmã, tia do menino, era quem cometia as agressões. Utilizando um cadarço, amarrava a criança e usava um cano de água para bater nele, toda vez que pedia comida. Já a tia nega os fatos, também apontando como autora a própria mãe.
Testemunhas, vizinhos da casa onde a família morava, afirmam que já fizeram várias denúncias ao Conselho Tutelar sobre a situação. "Quando elas suspeitavam que o Conselho vinha, trancavam a casa. Essa criança chorava o dia todo", disse uma vizinha que pediu para ter o nome preservado.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.