“Estava drogado e muitos dias acordado”, diz acusado de matar lavador de carros
O crime aconteceu no dia 9 de outubro de 2019, na Rua São Borja, na região central de Campo Grande
Em depoimento durante julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, na manhã desta terça-feira (2), o catador de papelão Antônio Carlos Rabelo Menezes, 34 anos, conhecido como Caio, acusado de matar Fábio Bernardi Santos, 38 anos, a facadas, disse que a intenção não era matar a vítima. “Estávamos drogados, muitos dias acordados e com muita bebida na cabeça. A gente fica louco, fora de si”, comentou. O crime aconteceu no dia 9 de outubro de 2019, na Rua São Borja, no Bairro Vila Rica, em Campo Grande.
Segundo relatos do réu ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, depois de discutir e ser ameaçado pela vítima, que era guardador de carros na região, foi até uma borracharia, pegou uma faca, enrolou o objeto numa sacola de plástico e voltou até onde Fábio estava, numa casa abandonada. Imóvel utilizados tanto pela vítima quanto pelo autor para o uso de drogas.
Foi quando, segundo o acusado, Fábio lhe agrediu e acabou ferido na perna. Ele relatou em depoimento que não golpeou o rapaz. Acredita, disse, que no meio da confusão a vítima tenha chutado a faca que era empunhada por ele no momento em que os dois começaram a se agredir.
Conforme a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a vítima seguia na via na companhia de um amigo, quando encontrou Antônio, com quem tinha desavenças. Os dois, então, começaram a discutir. O amigo de Fábio apaziguou a situação e chamou a vítima para ir embora.
Os dois foram para a Rua São Borja, onde ficaram próximo de uma lanchonete conversando, consumindo bebida alcoólica e droga. Pouco depois, Antônio chegou ao local e reiniciou a discussão. Os dois lutaram até que o denunciado tirou uma faca do bolso e a vítima acabou golpeada na perna. Fábio foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa, onde morreu.
Após o crime, testemunhas procuraram a delegacia afirmando que Fábio foi vítima de uma tentativa de roubo. Eles contaram à polícia que o autor queria a bicicleta do lavador de carros, que reagiu e acabou esfaqueado. O fato não foi confirmado durante o processo e o autor foi denunciado por homicídio simples.
O caso foi investigado pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubo e Furto). Durante as buscas, os policiais foram a vários pontos frequentados por usuários de droga e encontraram o suspeito. Ele tentou fugir, mas foi capturado e confessou o crime. Na versão dele, o assassinato aconteceu por uma “desavença antiga com a vítima”. Preso, o autor levou a polícia até o local em que enterrou a faca usada no crime, um terreno na Rua do Livramento.