Ex-servidora que recebeu propina em estacionamento volta a ser alvo da PF
Andreia Cristina Souza Lima chegou a ser presa durante a operação Turn Off em 2023
A ex-gestora de contratos da SED (Secretaria Estadual de Educação), Andreia Cistina Souza Lima também foi alvo de buscas durante a operação Vox Veritatis, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta quarta-feira (21). A ação apura fraudes em contratos milionários da gestão passada cm a pasta estadual.
RESUMO
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Polícia Federal investiga fraudes em contratos da Secretaria de Educação de MS. A operação Vox Veritatis apura desvios de verbas federais em contratos firmados na gestão anterior da pasta. Ex-gestora de contratos e empresário foram alvos de buscas. Investigação aponta para superfaturamento em contratos e pagamento de propina a servidores. Esquema envolvia inserção de falsas cotações de preços para simular vantagem econômica em atas de registro de preços. PF apreendeu mais de R$ 500 mil em dinheiro.
Andréia já havia sido alvo de busca e prisão na operação Turn Off em 2023. Na ocasião, a investigação apurou que a ex-servidora recebeu propina em espécie no estacionamento da SED, no Parque dos Poderes. O dinheiro ilícito tinha relação com a formalização de contratos superfaturados para fornecimento de ares-condicionados.
Conforme divulgado na época, Andréia ocupava o cargo de gestora de contratos em 2022, quando houve o suposto superfaturamento, e seu salário era de R$ 11.793,20. Em dezembro daquele ano ela colocou tornozeleira eletrônica, um mês depois de ser exonerada.
O outro alvo da ação desta quarta-feira, seria empresário Elimar Pereira dos Santos sócio de uma empresa de informática e equipamentos, localizada no Bairro Amambaí, em Campo Grande.
A reportagem Campo Grande News tentou contato com um advogado que aparece em ação da empresa, para confirmar a busca, mas até o momento não houve resposta. O espaço segue aberto.
Operação - A Vox Veritatis foi deflagrada pela PF, em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal. A investigação colheu elementos indicando possíveis fraudes praticadas por empresários em cumplicidade com servidores públicos da SED-MS, permitido a contratação, de forma mais onerosa, na modalidade adesão a atas de registro de preços vigentes em outros órgãos/entidades públicos.
Segundo a PF, os empresários e servidores inseriam falsas cotações de preços com objetivo de demonstrar vantagem econômica nas atas dos preços a que se pretendia aderir.
Desta maneira, os fornecedores com atas registradas em outros órgãos/entidades públicos obtinham a garantia de que fechariam contrato pela secretaria e, em contrapartida, pagavam uma comissão de 5% aos empresários que faziam a intermediação. Parte dessa comissão era depois repartida com os servidores públicos envolvidos.
Até o momento foram apreendidos R$ 510,2 mil em dinheiro e diversos documentos. Em apartamento no Edífico Hannover em Campo Grande a PF encontrou R$ 363,4 mil dentro de um cofre e no endereço do Rio de Janeiro estavam R$ 146,8 mil.
O nome, “Vox Veritatis” origina-se do termo latino que seria a “voz da verdade”, de forma a simbolizar o papel da investigação criminal em revelar o que estava oculto nos processos licitatórios com desvios de verba federal.
Governo - Em nota, o Governo do Estado afirmou que acompanha a operação e colabora com a apuração. O documento diz ainda que nem a SED, nem servidores ativos foram alvos dos mandados durante a ação desta quarta.
"As providências legais cabíveis serão tomadas tão logo tenhamos acesso e/ou haja andamento no processo. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e lisura na gestão pública, e reforçamos os instrumentos de controle e combate às ilicitudes".
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