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Capital

Executivo pede R$ 268 milhões para construção de hospital e Câmara questiona

Projeto de Lei para contratação de crédito foi enviado aos vereadores, que marcaram Audiência Pública

Por Kamila Alcântara e Caroline Maldonado | 14/08/2024 17:30
Projeto do Hospital Municipal, que ficará na Rua Augusto Antônio Mira (Foto: Divulgação PMCG)
Projeto do Hospital Municipal, que ficará na Rua Augusto Antônio Mira (Foto: Divulgação PMCG)

Com licitação em andamento para contratação de empresa na modalidade “built to suit” (BTS) para construção do Hospital Municipal, a Prefeitura de Campo Grande enviou à Câmara dos Vereadores o projeto de lei n° 11.406/24, que pede a autorização de uma operação de crédito no valor R$ 268,6 milhões para a construção completa da mesma unidade hospitalar. Os parlamentares agendaram, para a próxima sexta-feira (16), uma Audiência Pública e pretendem discutir o pedido.

No documento enviado, datado de 5 de agosto e assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o Projeto de Lei autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar o crédito de R$ 268.648.034,06, destinados à construção do Hospital Municipal da Capital e aquisição de equipamentos mobiliários na modelagem BTS.

Ainda segundo o documento, desse valor, R$ 10 milhões seriam para o projeto arquitetônico e complementares; R$ 211 milhões para obras e instalações; além de R$ 57 milhões para os equipamentos e mobiliários.

Entretanto, quando o projeto foi apresentado, em um mega evento no mês de julho, Adriane Lopes e a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, garantiram que os custos com o hospital viriam só após a entrega do prédio pronto e mobiliado. A estimativa era de R$ 5 milhões por mês, por um período entre 20 e 30 anos, já que não há caixa para uma construção de R$ 210 milhões.

InclusIve, no mesmo evento, o Gerente de obras da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o arquiteto Luiz Fernando Martinez explicou que o complexo hospitalar vai ser feito com construção a seco, o que diminui a quantidade de água, a instalação da estrutura será toda pré-moldada, que é 60% mais rápida do que a convencional.

Já a licitação, com edital aberto e publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) no dia 2 de julho, pede que as empresas apresentem propostas até 27 de setembro.

Para tentar entender o que mudou nessa modalidade de contratação, a Comissão Permanente de Saúde da Câmara dos Vereadores convocou audiência pública para discutir a construção. O debate está marcado para às 9h, desta sexta-feira (16), no  Plenário Oliva Enciso.

"Esse projeto deu entrada para nós na semana passada e queremos entender exatamente do que trata, a utilidade do investimento. Mesmo que chegue a sair da tramitação, queremos mais clareza", disse o presidente da Comissão, Dr. Victor Rocha (PSDB).

Ao Campo Grande News, a Sesau defende que todo o recurso só será utilizado após a entrega da construção pronta e equipada, com previsão para 2026. "O conceito de operação de crédito está presente na Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar nº 101/2000 (LRF), sendo definido, de modo geral, como quaisquer compromissos financeiros assumidos por determinado ente federativo, para a obtenção de recursos para financiar seus dispêndios".

O presidente da Câmara, o vereador Carlão Augusto Borges (PSB), confirmou que o projeto está tramitando normalmente.

Imagem do projeto do Hospital Municipal de Campo Grande (Imagem: Divulgação/PMCG)
Imagem do projeto do Hospital Municipal de Campo Grande (Imagem: Divulgação/PMCG)

Projeto - No dia 1º de julho, a prefeita lançou, no parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho,  a licitação para a locação do tipo “built to suit”, na tradução para o português, uma construção para atender o interesse do locatário, neste caso, a prefeitura.

A entrega da obra com investimento de R$ 210 milhões está prevista para até julho de 2026. O prédio ficará na Rua Augusto Antônio Mira. A empresa que construir o Hospital Municipal receberá da Prefeitura de Campo Grande até R$ 5 milhões por mês de aluguel por um período entre 20 e 30 anos. O valor começará a ser pago quando o prédio for entregue em 2026.

A manutenção de elevadores, jardim, ar-condicionado, segurança, dedetização e outros serviços custará aproximadamente R$ 20 milhões por ano à empresa administradora. Também serão investidos cerca de R$ 80 milhões em mobiliário. Com área de 14,9 mil metros quadrados, o complexo oferecerá atendimento 100% via SUS (Sistema Único de Saúde).

Serão 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento; 20 de CTI (Centro de Tratamento Intensivo), 10 pediátricos e 10 para adultos e 190 de enfermaria, sendo 60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 para mulheres. Também haverá uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adulto e pediátrica; 10 salas de cirurgia; 53 consultórios e 19 salas de exames de imagem, além de centro de diagnóstico, laboratório, guarita, jardim e estacionamento com 225 vagas.

*Matéria editada às 17h55 para acréscimo de informações.

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