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Capital

Família acusa hospital de erro médico em atendimento à vítima de acidente

Viviane Oliveira | 22/01/2013 20:13
Mulher diz que marido foi vítima de erro médico. (Foto: Rodrigo Pazinato).
Mulher diz que marido foi vítima de erro médico. (Foto: Rodrigo Pazinato).

Ana Paula Araújo Oliveira Dutra, 30 anos, vai entrar na justiça por acreditar que o marido foi mais uma vítima de erro médico. Segundo ela, José Augusto Pinho Dutra, 31 anos, machucou a perna esquerda em um acidente de trânsito no dia 7 de novembro do ano passado, passou por três unidades de saúde antes de ser encaminhado para o Hospital Regional, onde morreu após fazer três cirurgias.

José Augusto, que mantinha a família com uma tapeçaria, estava na garupa de uma moto CG 125, que trafegava na avenida Júlio de Castilhos no cruzamento com a Noroeste, quando foi atingido por um veículo Hyndai. Ele caiu em cima do capô do carro e acabou machucando a perna. A vítima foi encaminhada com ferimentos leves para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Vila Almeida.

Lá, de acordo com Ana Paula, foi feito uma limpeza na região do machucado, passaram um medicamento para ele e em seguida foi liberado. No dia seguinte, com a perna inchada e sentido muita dor José retornou a unidade de saúde. “Ele ficou das 7h até às 13h com dor aguardando atendimento. Sem conseguir, no final da tarde do mesmo dia nós procuramos o UPA do bairro Coronel Antonino, onde foi encaminhado para a Santa Casa.

No hospital, José esperou por exames e no outro dia, por volta das 16h, ele foi encaminhado para o Hospital Regional. “Os médicos falaram que o caso era grave e que ele precisava passar por uma ultrason e ser atendido por um médico vascular”, disse.

No HR ele ficou no Pronto Socorro e foi levado somente à noite para um quarto de enfermaria. No mesmo dia foi feito um exame de ultrason e o médico que o atendeu disse que ele precisava passar por uma cirurgia de urgência.

Segundo Ana Paula, os médicos alegaram que o estado dele era grave e não dava tempo de levá-lo para o centro cirúrgico, por isso o esposo foi operado sem anestesia ali mesmo, no quarto de enfermaria, junto com outros pacientes. Até então ele não estava ruim, depois dessa cirurgia o caso dele foi piorando cada dia que passava.

A advogada (de blusa verde) vai entrar com uma ação contra o hospital por danos morais.
A advogada (de blusa verde) vai entrar com uma ação contra o hospital por danos morais.

“Os médicos fizeram dois cortes grandes na lateral da perna dele. No outro dia ele disse que sofreu muito e não era animal para ser tratado daquela forma”, destaca.

Depois dessa cirurgia José passou por mais duas, onde morreu após um dos rins parar e se encaminhado para o CTI (Centro de Terapia Intensiva). José passou mal à noite inteira, e segundo os médicos, o paciente morreu fazendo hemodiálise. “Ele morreu 9 dias após o acidente”, lamenta.

Ana Paula procurou a Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul e vai acionar a justiça. “Depois de dois meses eu ainda não sei qual foi a causa da morte do meu marido”, reclama.

Para o presidente da associação Valdemar Morais de Souza, não há dúvida que José morreu vítima de erro médico. “Ele não tinha problema de saúde. Como que um homem forte pode morrer de uma hora para outra por causa de um simples machucado?”, argumenta.

Segundo a advogada do caso Renata Gonçalves Pimentel ainda é cedo para dizer o que houve. “Porém, vou reunir todos os documentos como prontuários, laudo do Imol, nome dos médicos que o atenderam e depois de uma apuração mais detalhada será feita uma representação no CRM (Conselho Regional de medicina)”, explica.

José Augusto deixou duas filhas, uma de 1 ano e 9 meses e outra de 6 anos. “A mais velha chora até hoje e pergunta o que aconteceu com o pai”, finaliza Ana Paula.

De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, o procedimento de transferência é comum de acordo com a necessidade e a demanda do hospital. Ainda conforme o órgão o paciente só passou por atendimento de emergência e foi transferido para outra unidade hospitalar.

A reportagem também entrou em contato com o Hospital Regional e aguarda resposta.

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