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Capital

Filho de Beira-Mar tramava alianças com PCC no Estado, aponta PF

Rafael Ribeiro | 29/05/2017 11:53
Fernandinho Beira-Mar durante a transferência para o Presídio de Mossoró (RN), na sexta-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)
Fernandinho Beira-Mar durante a transferência para o Presídio de Mossoró (RN), na sexta-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)

Relatórios de investigações da Polícia Federal do Rio de Janeiro divulgados pela ‘TV Record’ mostraram que o filho de Luiz Fernando da Costa, 49 anos, o Fernandinho Beira-Mar, tinha como um dos objetivos em Mato Grosso do Sul tentar acordos comerciais e até de paz com líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem controle significativo da entrada de drogas e armas na fronteira com o Paraguai.

Segundo o relatório, o filho de Beira-Mar e um comparsa, alvos de buscas dos agentes federais desde a última semana, estariam inclusive escondidos no país vizinho, na casa de fornecedores de maconha e cocaína. Ambos têm mandado de prisão em aberto e são considerados foragidos.

Um dos bilhetes do chefão do tráfico carioca apreendidos em Porto Velho (RO) durante operação Epístolas, desencandeada na última quarta-feira, apontou que Beira-Mar buscava reatar antigas alianças e até mesmo diversificar ainda mais os negócios com seu dinheiro lavado, como investir em agropecuária e comprar sítios e fazendas. No total, a quadrilha movimentava cerca de R$ 9 milhões em patrimônio.

A PF já revelara que o filho de Beira-Mar e outros integrantes da quadrilha mantinham carros na Capital para facilitar a locomoção pelo interior e os encontros para acertar a compra de quantidades de drogas e armas, além de movimentar outras operações ilícitas.

Por enquanto, apenas parte das tratativas dos comparsas com integrantes da quadrilha rival foram reveladas. Segundo a emissora paulista, as conversas aconteciam em ambientes neutros, próximos da área de fronteira e não se foi comentado a guerra em presídios que deixou mortos em rebeliões por todo o País. O assunto seria proibido entre as lideranças.

Desde a ultima semana que o chefão do tráfico está em Mossoró (RN), para onde foi transferido na última sexta-feira.

Sua mulher, Jacqueline Alcântara de Moraes, que ocupava uma das celas do Presídio Federal de Campo Grande, está desde a última quinta-feira na capital rondoniense, em tática usada pela PF para atrapalhar as investigações das ramificações de Beira-Mar no Estado.

No Nordeste, onde já esteve preso em 2016, o traficante ficará no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que impede contato com outros presos da unidade. O traficante é condenado a quase 320 anos de prisão por tráfico de drogas, associação criminosa e homicídios.

Também estão custodiados em Mossoró outros líderes da facção carioca CV (Comando Vermelho). Apesar de não ter contato com nenhum deles, Beira-Mar, que também faz parte da facção, dividirá o presídio com Márcio dos Santos Nepomuceno, o 'Marcinho VP', Elias Pereira da Silva, o 'Elias Maluco', e Márcio José Guimarães, o 'Tchaca'.

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