Flagrado dirigindo bêbado e em alta velocidade, homem diz ser sobrinho de juízes
Motorista afirmou ainda ser funcionário público e parente da ex-ministra Tereza Cristina
Pedro Alisson Oliveira da Silva, de 42 anos, foi preso na noite de sábado (20) após ser flagrado dirigindo embriagado, em alta velocidade, em zig-zigue, além de invadir a contramão na região da Vila Sobrinho, em Campo Grande. Ao ser abordado, disse que era influente pois era sobrinho de dois juízes federais.
A equipe da Polícia Militar estava em rondas pela Avenida Presidente Vargas quando visualizou um veículo Ônix de cor branca, trafegando em alta velocidade, de um lado para o outro com os faróis apagados. Ao acessar a Rua Fernando de Noronha, os militares acionaram o sinal sonoro e giroflex, porém o condutor aumentou a velocidade se recusando a parar, inclusive atingindo velocidade superior a 110 km/h.
Conforme o registro policial, próximo da Rua Aeroclube, Pedro invadiu a pista contrária, quase colidindo com outros veículos, passando por quebra molas sem reduzir. Próximo do colégio Rui Barbosa foi feita a abordagem.
Ainda de acordo com relato dos policiais, neste momento, Pedro disse que era servidor da Assembleia Legislativa, apesar do nome dele não constar como funcionário no Portal da Transparência da Casa de Leis. Disse ainda que é sobrinho de dois juízes federais, um deles o candidato ao Senado, Odilon de Oliveira, além de ser parente da também candidata a senadora, a ex-ministra Tereza Cristina.
Questionado, o juiz Odilon de Oliveira disse que não conhece ninguém com este nome. “Ainda que fosse [sobrinho], a polícia tem que cumprir a missão. Não importa de quem seja parente”, afirmou ao Campo Grande News.
A reportagem também entrou em contato com a assessoria de Tereza Cristina , que informou que não há parentesco entre a ex-ministra e o indivíduo.
Apesar de estar visivelmente embriagado, cambaleando e exalando forte odor etílico, o condutor se negou a fazer o teste do bafômetro. Com um termo de constatação de embriaguez ao volante, elaborado pelos policiais, ele foi encaminhado a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, junto com o veículo. Ele ainda estava com a CNH vencida e teve o carro recolhido por não apresentar um condutor habilitado.
O homem ainda ficou alterado durante a confecção do boletim de ocorrência e precisou ser algemado. Dizia que tinha muita influência e perguntava os nomes dos militares, que teriam “uma surpresinha” e “que isso não ia ficar assim”.