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Capital

Grupo que invadiu apartamento de Reinaldo era especialista em condomínio de luxo

Um dos presos menos de 48 horas após cometer crime em MS já havia sido flagrado durante furto em SP

Por Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 12/06/2024 15:17
Da esquerda para a direita, Pedro Henrique Pillar Cunha e Roberto Guimarães, delegados do Garras que comandaram investigações (Foto: Paulo Francis)
Da esquerda para a direita, Pedro Henrique Pillar Cunha e Roberto Guimarães, delegados do Garras que comandaram investigações (Foto: Paulo Francis)

Um dos bandidos identificados como parte da quadrilha que arrombou e furtou o apartamento do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), na região central de Campo Grande, já foi preso em flagrante em condomínio de luxo em São Paulo praticando crime semelhante. Ele estava há poucos meses em liberdade até ser pego, na capital paulista, por equipe da Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) menos de 48 horas após a invasão na Capital.

A informação foi dada pelo delegado Roberto Guimarães um dos responsáveis pela investigação que encontrou e prendeu três suspeitos. “Um dos que foram presos, está há alguns meses em liberdade, justamente porque foi preso em flagrante exatamente num condomínio de alto padrão no estado de São Paulo, praticando o mesmo crime”.

O detalhe mostra o quanto o grupo tinha experiência nas empreitadas criminosas em edifícios luxuosos Brasil afora.

Do apartamento de Reinaldo, o grupo levou joias e relógios, por exemplo. A quantidade de objetos pegos na única ação realizada pelos “especialistas” em invasões a prédios na passagem por Mato Grosso do Sul foi satisfatória para que o trio deixasse a Capital no mesmo dia do furto.

Os três presos têm entre 20 e 30 anos, viviam em São Paulo (SP) e a princípio, nunca tinham agido por aqui.

Para a investigação, o alvo não era Reinaldo Azambuja, que estava viajando no fim de semana, já que os bandidos sondaram outro condomínio antes de entrarem no prédio onde o ex-governador mora com a família.

É uma quadrilha especializada em furtos de prédios. Não foi uma ação direcionada àquele apartamento. Eles vêm de outros estados, procuram apartamentos de luxo e a partir daí, tentam alguma forma de entrar no local. Vão até o último andar e vão tentando perceber qual unidade está desocupada. Não aconteceu nada direcionado a essa vítima. Eles agem assim em qualquer lugar que seja. Por tentativa e erro”, afirmou Pedro Henrique Pillar Cunha, delegado-adjunto da Garras, que também coordenou a investigação.

O delegado completa que o grupo tem experiência e consegue “trabalhar” sem fazer alarde. Entram nos prédios como se fossem moradores ou visitantes, arrombam portas sem serem ouvidos e deixam os condomínios com os pertences furtados colocados em bolsas encontradas no próprio apartamento. “Há uma expertise no intuito de tentar ludibriar, disfarçar, agir sem o menor alarde. Usam roupas de grife, têm boa aparência”.

No caso específico do residencial onde mora Azambuja, a entrada se deu pela portaria e a escadaria para fuga em caso de incêndio foi usada para chegar aos andares mais altos. O prédio tem 20 unidades, uma por andar, e o apartamento do presidente estadual do PSDB fica no 18º. A invasão foi por uma porta de serviço.

Fachada do prédio onde Reinaldo Azambuja mora com a família em Campo Grande (Foto: Dayene Paz)
Fachada do prédio onde Reinaldo Azambuja mora com a família em Campo Grande (Foto: Dayene Paz)

Perseguição ininterrupta – Para chegar aos criminosos, os investigadores vasculharam imagens de câmeras de segurança pela cidade, a começar pelo circuito interno do condomínio alvo. Os bandidos deixaram o local a pé e quadras depois, entraram em um veículo. O carro foi encontrado pelo trabalho de inteligência. A partir daí, foi possível identificar, prender os três homens e recuperar parte dos objetos furtados.

“Conseguimos refazer esse trajeto, persegui-los pelas câmeras e diante dessas informações, mobilizamos perseguição ininterrupta para que fosse possível o flagrante”, detalhou Cunha, revelando ainda que a equipe da Garras teve ajuda da polícia de São Paulo para efetuar as prisões.

Este tipo de invasão não é comum em Campo Grande, segundo Roberto Guimarães. “Não é corriqueiro ainda e espero que não venha a ser. A resposta que a Polícia Civil está dando, através do Garras, é essa”, afirmou sobre a rapidez em resolver o caso.

O furto foi descoberto na tarde de domingo (9). Reinaldo Azambuja passou o fim de semana em Maracaju, participando das comemorações dos 100 anos da cidade localizada a 160 quilômetros de Campo Grande.

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