Guardas são retirados de terminais e violência volta a preocupar usuários
Onze meses depois, a Guarda Municipal deixou de fazer a segurança dos terminais de transbordo do transporte coletivo urbano de Campo Grande. Neste mês, os pontos voltaram a ficar sem os agentes patrimoniais. No Terminal Aero Rancho, um homem invadiu o local, rendeu funcionários e roubou R$ 850 e telefones celulares.
Usuários dos ônibus estão preocupados com a falta de segurança e revoltados com a medida, que teria sido adotada após a transformação da Guarda Municipal em Secretaria Municipal de Segurança Pública.
A professora Aparecida Sales, 42 anos, que precisa utilizar o transporte público todos os dias para ao ir ao trabalho, não gostou da falta de segurança. Ela falou que a decisão deixou a população vulnerável à criminalidade. “Eles tinham era quem por mais gente para fazer a segurança e não retirar. O fato vai contribuir para que a violência cresça. A gente paga os impostos para ter isso em troca”, comentou.
Aparecida espera o ônibus no Terminal Guaicurus, que voltou a ficar sem guardas. O moto-entregador Cleiton Castro de Souza, 22, que também aguardava a condução no terminal, não concordou com a medida tomada pela gestão municipal, que para ele foi um “erro”.
“Vai aumentar a onda de furtos e roubos nos terminas. Isso já tinha acabado quando os guardas estavam dentro dos terminais. Eles colocam um monte guardas na área central e esquece dos bairros, da periferia”, explicou Cleiton.
Nesta semana um homem armado invadiu o Terminal Aero Rancho, na Avenida Marechal Deodoro, rendeu dois funcionários da empresa responsável pela distribuição de passes, e fugiu com dois celulares e R$ 850 do guichê de vendas. A sensação de insegurança por lá é grande entre os usuários.
A aposentada Eva Corrêia, 66, por exemplo, evita andar de ônibus após as 18h. Ela conta que os ladões aproveitam o período noturno para praticar crimes nos terminais. "Eles estão roubando na entrada do terminal. Não consigo mais me sentir a vontade, mas fazer o quê, preciso do ônibus", mencionou.
A auxiliar de balconista Jackeline Rodrigues, 32, compartilhou da mesma opinião. "Só eles que podem nos ajudar e eles mesmo tiram nossa segurança. A gente já fica insegura dentro dos ônibus, com medo de assalto, agora até em terminais, onde nos sentíamos seguros", finalizou.
Os guardas assumiram a segurança dos terminais em janeiro deste ano, após os locais ficarem abandonados por vários meses. A decisão foi anunciada pelo então presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Jean Saliba, que definiu a segurança como uma das prioridades da pasta.
Mas houve troca de comando da agência no dia 3 deste mês e quem assumiu o cargo foi a ex-diretora de Habilitação e Educação de Trânsito do Detran/MS, Elizabeth Felix da Silva Carvalho.
Ontem, ao ser questionada sobre a falta de segurança nos terminais, ela destacou que o assunto é de competência da Secretaria Municipal de Segurança Pública, que foi procurada, mas não retornou às ligações do Campo Grande News.