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Capital

Guardas são retirados de terminais e violência volta a preocupar usuários

Alan Diógenes e Edivaldo Bitencourt | 13/12/2014 09:25
Sem a presença dos guardas municipais, usuários reclamam da falta de segurança. (Foto: Alcides Neto)
Sem a presença dos guardas municipais, usuários reclamam da falta de segurança. (Foto: Alcides Neto)

Onze meses depois, a Guarda Municipal deixou de fazer a segurança dos terminais de transbordo do transporte coletivo urbano de Campo Grande. Neste mês, os pontos voltaram a ficar sem os agentes patrimoniais. No Terminal Aero Rancho, um homem invadiu o local, rendeu funcionários e roubou R$ 850 e telefones celulares.

Usuários dos ônibus estão preocupados com a falta de segurança e revoltados com a medida, que teria sido adotada após a transformação da Guarda Municipal em Secretaria Municipal de Segurança Pública.

A professora Aparecida Sales, 42 anos, que precisa utilizar o transporte público todos os dias para ao ir ao trabalho, não gostou da falta de segurança. Ela falou que a decisão deixou a população vulnerável à criminalidade. “Eles tinham era quem por mais gente para fazer a segurança e não retirar. O fato vai contribuir para que a violência cresça. A gente paga os impostos para ter isso em troca”, comentou.

Aparecida espera o ônibus no Terminal Guaicurus, que voltou a ficar sem guardas. O moto-entregador Cleiton Castro de Souza, 22, que também aguardava a condução no terminal, não concordou com a medida tomada pela gestão municipal, que para ele foi um “erro”.

“Vai aumentar a onda de furtos e roubos nos terminas. Isso já tinha acabado quando os guardas estavam dentro dos terminais. Eles colocam um monte guardas na área central e esquece dos bairros, da periferia”, explicou Cleiton.

Nesta semana um homem armado invadiu o Terminal Aero Rancho, na Avenida Marechal Deodoro, rendeu dois funcionários da empresa responsável pela distribuição de passes, e fugiu com dois celulares e R$ 850 do guichê de vendas. A sensação de insegurança por lá é grande entre os usuários.

Aparecida acredita que decisão vai contribuir para o aumento da violência. (Foto: Alcides Neto)
Aparecida acredita que decisão vai contribuir para o aumento da violência. (Foto: Alcides Neto)

A aposentada Eva Corrêia, 66, por exemplo, evita andar de ônibus após as 18h. Ela conta que os ladões aproveitam o período noturno para praticar crimes nos terminais. "Eles estão roubando na entrada do terminal. Não consigo mais me sentir a vontade, mas fazer o quê, preciso do ônibus", mencionou.

A auxiliar de balconista Jackeline Rodrigues, 32, compartilhou da mesma opinião. "Só eles que podem nos ajudar e eles mesmo tiram nossa segurança. A gente já fica insegura dentro dos ônibus, com medo de assalto, agora até em terminais, onde nos sentíamos seguros", finalizou.

Os guardas assumiram a segurança dos terminais em janeiro deste ano, após os locais ficarem abandonados por vários meses. A decisão foi anunciada pelo então presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Jean Saliba, que definiu a segurança como uma das prioridades da pasta. 

Mas houve troca de comando da agência no dia 3 deste mês e quem assumiu o cargo foi a ex-diretora de Habilitação e Educação de Trânsito do Detran/MS, Elizabeth Felix da Silva Carvalho.

Ontem, ao ser questionada sobre a falta de segurança nos terminais, ela destacou que o assunto é de competência da Secretaria Municipal de Segurança Pública, que foi procurada, mas não retornou às ligações do Campo Grande News

Com medo, usuário teme que onda se furtos e roubos tome conta dos terminais. (Foto: Alcides Neto)
Com medo, usuário teme que onda se furtos e roubos tome conta dos terminais. (Foto: Alcides Neto)
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